27 Fev, 2017

Implantes cocleares em crianças sem listas de espera em Coimbra

O Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) realizou, nos últimos 30 anos, um milhar de implantes cocleares em surdos profundos, dos quais cerca de metade foram em crianças, área na qual não existe lista de espera

“Os resultados situam-se ao nível dos melhores centros internacionais, pois cerca de 87% dos doentes falam ao telefone e a maioria das crianças frequentam a escola regular”, sublinha o diretor da unidade, Luís Filipe Silva, a propósito do Dia Internacional dos Implantes Cocleares, que se assinalou no sábado.

O especialista em otorrinolaringologia salienta que o “acompanhamento adequado das crianças e dos adultos implantados permite monitorizar as suas necessidades e promover a resolução de problemas”.

De acordo com Luís Filipe Silva, a Unidade Funcional de Implantes Cocleares (UFIC) do CHUC tem contribuído “para a integração dos surdos implantados no mercado do trabalho, preparando-os para uma vida ativa e autónoma, com um mínimo de limitações”.

O trabalho desenvolvido vai desde a substituição de equipamentos, aconselhamento de programas de reabilitação, formação de profissionais do ambulatório (médicos de família, técnicos de saúde, professores) e apoio às famílias, até à supervisão clínica periódica e ajustes de processadores.

“Com uma capacidade de mais de 80 implantes por ano, são atualmente aplicados implantes cocleares bilaterais sequenciais em adultos e crianças, e desde 2016 implementado o programa de implantação bilateral em crianças de acordo com as Normas de Orientação Clínica da Direção-Geral de Saúde”, refere.

A técnica de implantação coclear em surdos profundos foi trazida para Portugal em 1985 por uma equipa de otorrinolaringologistas de Coimbra, “que acompanharam sempre a evolução tecnológica mais avançada a nível mundial”, acrescenta.

A Unidade Funcional de Implantes Cocleares do CHUC é constituída por uma equipa multidisciplinar que integra médicos otorrinolaringologistas, neurologistas, pediatras, neurorradiologistas, oftalmologistas, geneticistas, além técnicos de audiologistas, terapeutas da fala, enfermeiros, psicólogos, professores e educadores.

A capacidade para realizar o diagnóstico, tratamento e reabilitação de doentes com surdez profunda, bem como a construção de modelos de trabalho específicos, a implementação pioneira de procedimentos de reabilitação e de avaliação de resultados clínicos, e a constante investigação e produção de trabalhos científicos, “permitiu àquela unidade alcançar o reconhecimento nacional e internacional nesta área”.

LUSA/SO

 

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