Hidradenite supurativa está subdiagnosticada em Portugal

Um estudo do Centro de Investigação e Serviços de Saúde (Cintesis) da Universidade de Porto, permitiu averiguar que 90% dos doentes portugueses com hidradenite supurativa podem ainda não ter sido diagnosticados.

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Há duas razões para este subdiagnostico: muitos doentes sentem-se constrangidos e não recorrem ao médico e estes têm dificuldade em diagnosticar a doença. O estudo, já publicado no International Journal of Dermatology, baseou-se nos dados nacionais dos doentes internados com o diagnóstico de hidradenite supurativa. Baseados na taxa de incidência encontrada, a equipa concluiu que a grande maioria das pessoas com hidradenite supurativa não procura os serviços de saúde e não são diagnosticados.

Carmen Lisboa, dermatologista no Hospital São João, no Porto, faz parte da equipa Cintesis, e explica que “não há estudos epidemiológicos em Portugal. Estima-se que a prevalência será à volta de 1%, à semelhança do que é registado noutros países europeus como França, Espanha e Dinamarca. Os estudos epidemiológicos americanos têm revelado um valor mais baixo de prevalência da hidradenite supurativa, isto é 0,05 a 0,11%.  As comparações são realmente difíceis de fazer dado os estudos terem metodologias diferentes”.

 

Carmen Lisboa, investigadora do Cintesis

A investigadora da Cintesis pormenoriza que a hidradenite supurativa “é uma doença de pele inflamatória, crónica e recorrente que habitualmente aparece após a puberdade e é caracterizada por lesões dolorosas nas virilhas, nádegas e/ou axilas”.

O início da doença está no folículo piloso, mas a inflamação é um processo que está menos esclarecido. De acordo com Carmen Lisboa, “esta doença é multifatorial”. A investigadora detalha: “A predisposição genética, a alteração da resposta inflamatória/imunológica, alterações hormonais juntamente com fatores externos como tabagismo, obesidade e traumatismo participam no aparecimento e manutenção da dermatose”. A doença manifesta-se por pápulas e nódulos que inflamam, por vezes formam abcesso que acabam por drenar um exsudado seropurulento ou sanguinolento. Este processo inflamatório agudo acaba por melhorar e deixa cicatrizes que tendem a ser espessas e fibrosadas e há, ainda, formação de fístulas. Tipicamente estas lesões surgem em áreas específicas como virilhas ou área genito-anal, nádegas, axilas, área submamária ou intermamária.

A prevalência é maior no sexo feminino atingindo cerca de duas a três mulheres para um homem.  No entanto, os casos mais graves são mais frequentes no sexo masculino. Quanto a idades, a hidradenite supurativa afeta sobretudo adultos entre os 20 e 50 anos. A doença surge habitualmente após a puberdade. No entanto, há casos em crianças com menos de 11 anos. Nas mulheres, a prevalência é menor após a menopausa. No homem não se verifica esta redução com a idade.

“Estão identificados fatores de risco como tabaco, obesidade e alterações hormonais. A presença de história familiar de hidradenite supurativa põe em evidencia a predisposição genética. Há comorbilidades associadas à hidradenite supurativa como a síndrome metabólica, a doença inflamatória intestinal, espondiloartrite, depressão, cancro de pele não melanoma, diabetes mellitus, hipertrigliceridemia e hipertensão”, aprofunda Carmen Lisboa.

Tratamento

Estão aprovados tratamentos médicos, não invasivos. Contudo, os resultados são variáveis e os tratamentos têm de se ajustar à idade, sexo e gravidade da hidradenite supurativa. Habitualmente, são tratamentos de longa duração. A eficácia depende sobretudo da gravidade da doença.

O tratamento cirúrgico pode ser realizado nos casos menos graves (na doença localizada) ou na doença extensa e persistente em que o tratamento médico não conseguiu controlar. É frequente associar tratamentos médico e cirúrgico.

Na opinião de Carmen Lisboa, “as cirurgias altamente mutilantes seriam de evitar. Atualmente, temos disponíveis outros tratamentos médicos como por exemplo os medicamentos biológicos, usados nos casos de hidradenite supurativa moderada a grave. A abordagem precoce das pessoas com hidradenite supurativa poderá controlar mais eficazmente as agudizações e assim evitar cirurgias radicais e mutilantes”. A dermatologista relembra ainda que “dada a cronicidade da doença e o fato de afetar uma população jovem e adulta jovem ativa vai ter um consequente custo elevado: número de consultas, internamentos, medicamentos, faltas ao trabalho, desemprego, alteração da saúde mental (depressões) e outras doenças associadas como síndrome metabólica (obesidade…)”.

Os investigadores alertam ainda que é necessário controlar a doença com os tratamentos existentes para que se reduza a realização de cirurgias altamente mutilantes, lembrando que o número de cirurgias realizadas em Portugal nestes doentes tem aumentado significativamente. O número de novas hospitalizações de doentes com hidradenite supurativa quase duplicou entre 2000 e 2013 e os resultados evidenciaram que cerca de 80% dos doentes hospitalizados foram submetidos a cirurgia.

SO/SP

 

 

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