13 Jan, 2017

Gripe entope urgências hospitalares e alivia Centros de saúde

Centros de saúde vazios, em contraste com urgências hospitalares entupidas, […]

Centros de saúde vazios, em contraste com urgências hospitalares entupidas, têm sido registados nesta epidemia de gripe, penalizando os utentes com elevados tempos de espera e os profissionais de saúde com muitos doentes para atender.

A situação foi hoje lamentada pelo secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, à margem de uma visita a alguns serviços do Hospital Dr. Fernando Fonseca (Amadora-Sintra), conhecido como “o calcanhar de Aquiles” das urgências durante a época gripal.

Segundo o governante, e ao contrário do que aconteceu no passado, este ano “não se registaram situações de caos nas urgências devido à gripe”, ainda que muitos utentes tenham tido de esperar várias horas para ser atendidos.

No Amadora-Sintra, por exemplo, os doentes com pulseira amarela (urgentes) chegaram a aguardar 11 horas para serem atendidos nos dias 27 de dezembro e 04 de janeiro.

Nesses dias, os doentes com pulseira verde (pouco urgentes) aguardaram perto de 19 horas por um atendimento.

Num dia, este serviço atendeu 1.189 doentes: entre as 12:00 do dia 03 de janeiro e as 12:00 do dia seguinte.

Com equipas fixas de 12 médicos nas urgências, este hospital tem encaminhado doentes transportados pelo INEM para outras unidades de saúde (hospitais de São José e Santa Maria, em Lisboa), medida prevista para esta época gripal e que está em vigor até quarta-feira.

O hospital tem 700 camas de internamento, que se encontram ocupadas, e 55 no Serviço de Observação (SO), também lotadas.

Manuel Delgado congratulou-se com a ausência do caos nas urgências, mas reconheceu os longos tempos de espera que os utentes tiveram de suportar, pedindo desculpas por isso.

Para o governante, o sistema não tem falhado e mesmo o encaminhamento de doentes (entre hospitais) tem-se revelado uma medida positiva para as unidades de saúde mais procuradas.

No entanto, o secretário de Estado da Saúde lamentou que os centros de saúde – que nesta época têm o horário alargado – não estejam a ser procurados pelos utentes.

Trata-se de uma situação que provoca algum “desespero”, afirmou, acrescentando: “Temos centros de saúde com as condições adequadas, com médicos e outros profissionais de saúde, mas que estão vazios”.

Para Manuel Delgado, trata-se de uma “questão cultural” que urge alterar, talvez com mais informação.

“A urgência hospitalar tem sido “uma porta de entrada para todo o tipo de exames necessários. Por esta razão, estamos a aumentar as valências dos centros de saúde de forma a estes se tornarem mais atrativos”, adiantou.

O Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA) vai divulgar hoje o Boletim de Vigilância Epidemiológica da Gripe, com os dados mais recentes da doença.

O boletim da semana passada apontava para uma taxa de incidência de síndroma gripal de 63,8 por 100 mil habitantes, tratando-se, segundo este organismo, de “uma atividade gripal de intensidade moderada, com tendência estável”.

Ao nível da mortalidade, esta apresentava valores acima do esperado.

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