Governo vai consolidar a sustentabilidade do SNS até ao final da legislatura

O ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, afirmou que o Governo precisa do tempo que falta até ao final da legislatura para iniciar um processo de consolidação e sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde (SNS)

O governante, que falava aos jornalistas em Coimbra no final da cerimónia de certificação da Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Coimbra como Centro Colaborador da Organização Mundial de Saúde, garante que o SNS continua a responder às necessidades dos portugueses.

“E vai continuar a fazê-lo numa trajetória de mais recursos humanos, mais investimento, com a maior vaga de investimento público na construção de centros de saúde e hospitais”, sublinhou Adalberto Campos Fernandes, instado a comentar o facto da despesa portuguesa em saúde estar entre as mais baixas da União europeia, de acordo com um relatório ontem divulgado.

Segundo o relatório, elaborado pelo Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT), no âmbito do Observatório Europeu de Sistemas e Políticas de Saúde, a despesa pública com a saúde em Portugal totaliza 64,7% do total dos encargos do Estado, enquanto a média da UE é de 76%.

O ministro da Saúde salientou que “o estudo refere-se ao período 2010-2016, com grande enfoque no período de assistência financeira, no qual o país, de facto, teve uma restrição muito forte e comprimiu muito a despesa.

“Esse processo foi aliviado e iniciou-se a recuperação em 2016. O estudo diz que o SNS é um dos mais eficientes da Europa e que, mesmo no período de crise, foi capaz, muito por força e do mérito dos seus profissionais, de resistir e responder às necessidades dos portugueses”, disse.

Adalberto Campos Fernandes, adiantou que as negociações com os médicos vão continuar e que há abertura para chegar a um acordo que evite a greve nacional prevista para 10 e 11 de maio. “Da nossa parte e dos sindicatos há uma atitude de aproximação e de procurarmos eliminar aquilo que possam ser as divergências dentro de um quadro de responsabilidade orçamental”, referiu.

Segundo Adalberto Campos Fernandes, o Governo está a “fazer tudo o que pode para num quadro de responsabilidade política e orçamental chegarmos até aquilo que são as justas expetativas profissionais”. No entanto, o ministro da Saúde frisou que não será ultrapassada “nenhuma linha vermelha do ponto de vista da segurança e da nossa responsabilidade”.

“Estamos a recuperar o país, a relançar o país para uma trajetória de desenvolvimento e sustentabilidade e, tudo e a todos, ao mesmo tempo, não é possível”, sublinhou.

Os sindicatos médicos afirmaram que se mantêm todos os pressupostos para que a greve nacional de 10 e 11 de maio ocorra, após uma nova reunião com o Ministério da Saúde.

O secretário-geral do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), Roque da Cunha, disse à agência Lusa que os sindicatos saíram do encontro com um sentimento de “grande desapontamento”.

“O Ministério da Saúde parece pretender empurrar os médicos para o confronto. Mantêm-se todos os pressupostos para que a greve ocorra”, indicou Roque da Cunha, acrescentando contudo que haverá nova ronda negocial na próxima semana, dia 5 de maio.

LUSA/SO/SF

 

Gedeon Richter

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