Exposição pré-natal a bisfenol A pode aumentar o risco de obesidade
O composto químico interfere com a hormona responsável pelo controlo do apetite
Um estudo realizado pelo Centers for Disease Control and Prevention (CDC) sugere que a exposição de uma mulher grávida ao bisfenol A (BPA), normalmente presente em recipientes de comida como garrafas de plástico e latas, pode elevar o riso de obesidade do feto ao reduzir a sensibilidade a uma hormona responsável pelo controlo do apetite.
O BPA pode interferir no sistema endócrino, imitando o estrogénio, uma das principais hormonas sexuais das mulheres. A investigação indica que a exposição a este composto químico é quase universal, uma vez que 90% das pessoas examinadas no estudo apresentaram níveis detetáveis de BPA no organismo.
O estudo, que utilizou ratos, constatou que aqueles cujas mães foram expostas ao BPA eram menos sensíveis à hormona leptina, a hormona da saciedade.
“As nossas descobertas mostram que o bisfenol A pode promover a obesidade nos ratos mediante a alteração dos circuitos hipotalámicos no cérebro que regulam o comportamento alimentar e o equilíbrio energético”, afirma o autor principal do estudo, Alfonso Abizaid, do Departamento de Neurociência, da Carleton University, no Canadá.
“O baixo nível de exposição pré-natal ao BPA atrasa o surto de leptina depois do nascimento que permite desenvolver uma resposta adequada à hormona. A exposição ao BPA altera permanentemente a neurobiologia dos ratos afetados, fazendo com que estejam propensos à obesidade na idade adulta”, acrescentou.
El Economista/SO