9 Dez, 2016

Enfermeiros angolanos suprem escassez de médicos nos hospitais do país

Os serviços nas unidades sanitárias de Angola é assegurado em mais de 60 por cento por enfermeiros, face ao défice de médicos nos mais de 2.360 hospitais existentes no país, foi hoje divulgado. Segundo o bastonário, existem atualmente perto de 2.365 unidades sanitárias e há menos de cinco mil médicos em função

A informação foi transmitida pelo bastonário da Ordem de Enfermeiros de Angola, Paulo Luvualo, à margem do III Congresso Internacional daquela organização, reunida, em Luanda, até sexta-feira, para abordar a “Ética, Humanismo e Profissionalismo”.

O dirigente acrescentou que desde 2010 que não há novas admissões e nesse período foram construídas novas unidades sanitárias, cujo surgimento não foi acompanhado com a dimensão dos profissionais de enfermagem.

“O que se tem feito é completar com os poucos que existem as novas unidades, e neste momento os que estão a acudir mais as unidades sanitárias são os estagiários voluntários, mas não é seguro porque a qualquer momento eles podem deixar de exercer”, disse o responsável.

Segundo o bastonário, existem atualmente perto de 2.365 unidades sanitárias e há menos de cinco mil médicos em função.

“Se dividirmos esses números não temos médicos suficientes. Então, mais de 60 por cento das unidades sanitárias do país são asseguradas por enfermeiros”, frisou.

O bastonário da ordem disse que trabalham na função pública cerca de 37 mil enfermeiros, quantidade que considerou insuficiente para atender à demanda atual.

“Esse número é muito insuficiente e é também um dos fatores para a diminuição da qualidade de atendimento, porque se um enfermeiro que deve atender dez pacientes por dia atende entre 50 a 100 logicamente que esse profissional não poderá fazer um atendimento digno”, realçou.

Paulo Luvualo admitiu que há um grande défice no que diz respeito ao cumprimento dos princípios éticos, deontológicos e de humanismo dos serviços, por isso a escolha do tema para debate e troca de experiência com colegas de Portugal, Brasil, Cuba e República Democrática do Congo.

Os enfermeiros representam mais de 65% dos trabalhadores da saúde em Angola.

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