Diarreia associada à toma de antibióticos: sabe o que pode acontecer?

A diarreia é um problema inesperado que pode afetar o quotidiano pessoal e profissional de qualquer indivíduo.

Uma vez que a diarreia é um dos efeitos secundários mais frequentes dos antibióticos, é necessário ter alguns cuidados especiais na altura da toma de antibióticos.

A diarreia associada a antibióticos (DAA) é uma complicação que surge com alguma frequência, podendo ocorrer em até 1/3 dos doentes tratados com antibióticos e surgir até dois meses após o final do tratamento. Por este motivo torna-se, por vezes, difícil distinguir entre uma diarreia infeciosa e uma situação associada à toma de antibiótico.

Num indivíduo saudável, o intestino está colonizado por diversas bactérias benéficas de diferentes espécies que contribuem para o equilíbrio da microbiota intestinal – a sua relevância para a saúde tem sido sobejamente discutida e considera-se que tem um papel fundamental no bom funcionamento do organismo.

Os antibióticos são prescritos para combater infeções bacterianas, eliminando os microrganismos responsáveis pela infeção. No entanto, e conforme explica o médico gastrenterologista Jorge Fonseca, «o antibiótico pode, por vezes, ser agressivo para a flora intestinal e alterar o equilíbrio dos intestinos. Uma microbiota intestinal desequilibrada pode provocar uma diarreia, como consequência da toma de um antibiótico destinado a combater uma infeção noutro ponto do organismo.» A incidência deste tipo de diarreia depende de inúmeros fatores, nomeadamente o antibiótico administrado, a duração do tratamento, o contacto com agentes infeciosos e a suscetibilidade do doente em questão.

Prevenir a diarreia associada a antibióticos!

A estratégia de tratamento da DAA passa geralmente por descontinuar o tratamento com antibiótico, com todas as consequências associadas: não tratamento da infeção existente e aumento da possibilidade de desenvolvimento de bactérias resistentes aos antibióticos. Por este motivo, a prevenção deste efeito adverso dos antibióticos é a atitude mais correta!

O uso de probióticos tem sido recomendado na prevenção da DAA. Esta recomendação baseia-se no facto de a DAA ser causada pela alteração da microbiota intestinal normal – redução de microrganismos benéficos presentes no intestino, aumento do crescimento de patogénicos e desequilíbrios metabólicos – provocada pelo uso de antibióticos.

Os probióticos são constituídos por microrganismos vivos que, quando administrados na quantidade adequada, proporcionam benefícios à saúde do indivíduo. Os probióticos modificam favoravelmente a composição da microflora intestinal e criam condições desfavoráveis à multiplicação dos agentes patogénicos.

Saccharomyces boulardii

A temperatura ideal do Saccharomyces boulardii situa-se entre os 22-30℃, no entanto, esta levedura sobrevive aos 37℃, constituindo uma vantagem ser um dos microrganismos vivos utilizados que melhor resiste à temperatura do corpo humano. Resiste também às secreções gástricas, hepáticas, pancreáticas e intestinais, para além de ter uma resistência genética aos antibióticos. A conjugação destas características assegura a sua ação benéfica no intestino.

A associação de Saccharomyces boulardii à terapêutica com antibióticos, em crianças e adultos, reduz o risco de ocorrência de diarreia associada à toma de antibióticos.

Comunicado/SO

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