Cuidados Paliativos em Cantanhede em “risco de falência”
Os Cuidados Paliativos do Hospital de Cantanhede, que servem doentes terminais de Coimbra, Figueira da Foz e Leiria, está em "risco de falência eminente" por falta de médicos, alertou o Sindicato dos Médicos da Zona Centro (SMZC).
Numa nota de imprensa, o SMZC classifica a situação como “dramática”, sublinhando a importância do serviço de Cuidados Paliativos do Hospital de Cantanhede para a região, prestando serviços a doentes oncológicos terminais “com situações agudas complexas” provenientes do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Hospital da Figueira da Foz e Hospital de Leiria.
O hospital, explica o sindicato, tem 18 camas de internamento de Cuidados Paliativos e 30 camas de Cuidados Continuados, existindo apenas duas profissionais de Medicina Interna do quadro do hospital a dar assistência às duas unidades.
“Devia haver três médicos dedicados exclusivamente aos paliativos e um para os continuados”, disse à agência Lusa a presidente do SMZC, Vitória Martins, sublinhando que as duas médicas que asseguram o serviço estão “a trabalhar numa sobrecarga imensa” e já “com sinais de exaustão”.
Segundo Vitória Martins, caso uma das duas médicas adoeça ou entre de férias a situação vai-se tornar “insuportável”.
De acordo com a dirigente sindical, a situação já tinha sido exposta em 2016 pela administração, que pediu a contratação de médicos de forma excecional, sendo que até agora não houve qualquer resposta por parte da tutela.
“É extremamente preocupante que a Unidade de Cuidados Paliativos do Hospital de Cantanhede, pioneira na região Centro e com experiência desde 2007, com excelentes profissionais com competência na área, esteja em risco por total ausência de atenção ao problema por parte da ARS [Administração Regional de Saúde] Centro, ACSS [Administração Central do Sistema de Saúde] e, em última análise, do Ministério da Saúde”, sublinha a direção do SMZC na nota de imprensa enviada à agência Lusa.
Entretanto, o sindicato mandou um ofício à ARSC, ACSS e ministério para “que sejam tomadas medidas”, referiu Vitória Martins.
LUSA/SO