Contas da Cruz Vermelha partilhadas na Internet em nome da “transparência”

O novo presidente da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP), Francisco George, considera que a instituição tem de ser “um modelo de transparência absoluta” .

Assim, uma das suas primeiras medidas que tomou foi tornar públicas as contas da organização, incluindo os donativos.

Francisco George, que quinta-feira é empossado como o 24.º presidente da CVP, disse não ter dúvidas de que se os portugueses conhecerem melhor a história da instituição, que é “absolutamente exemplar”, irão fazer mais donativos, os quais “fazem funcionar” a obra.

Por isso, uma das suas primeiras medidas foi precisamente determinar a publicação das contas da CVP no site da instituição.

Os estratos das contas da Cruz Vermelha Portuguesa passaram, assim, a estar “acessíveis a qualquer português”, sublinhou, em entrevista à agência Lusa.

A mesma informação vai disponibilizar os nomes dos doadores e os valores dos donativos, a menos que estes não o queiram.

Há um mês fora da Administração Pública, para a qual trabalhou nos últimos 40 anos, o ex-diretor geral da Saúde não esconde a admiração pela instituição para a qual foi nomeado presidente e sublinha a longa história da CVP, criada há mais de 150 anos.

“É a instituição humanitária mais antiga e tem desenvolvido, desde então, uma grande atividade, sobretudo de caráter humanitário”, disse, enumerando os propósitos desta organização: “evitar, reduzir e eliminar o sofrimento”.

Segundo Francisco George, são três as dimensões da CVP, começando pela ligada à emergência, no que respeita a conflitos, catástrofes (cheias, secas, incêndios).

“Temos que estar presentes e em várias fases. Desde logo, com hospitais de campanha, com tendas, com apoio às populações” e respostas de emergência, não só alimentar como também nas questões de água e saneamento.

Ao nível social, Francisco George disse que “há medidas muito importantes que a CVP tem desenvolvido e que vai continuar a implementar, nomeadamente equipamentos sociais, locais, para apoiar as mães que precisam de trabalhar, neste caso infantários, creches, mas também lares da terceira idade”.

“São equipamentos intergeracionais, que podem ter 50% para as crianças e 50% para idosos, mas, em função das regiões, 70% para uma componente e 30% para outra, em adaptação às realidades locais”.

A terceira dimensão da CVP “tem a ver com a saúde, em particular os cuidados continuados”.

Sobre o Hospital da Cruz Vermelha, Francisco George sublinhou a sua “grande qualidade” e referiu que é um modelo “para continuar”.

Sobre as contas da instituição, o novo presidente disse que esta “tem sido muito bem gerida” e que conta com “um grande património”.

“Naturalmente, devido à crise que atravessámos, sobretudo a que se viveu nos últimos anos, foi preciso ter muitas despesas e a CVP precisa sempre de mais apoios”, tal como acontece nos outros países onde a instituição está presente.

Para Francisco George, a maioria das verbas da CVP são “receitas provenientes de mecenato, da responsabilidade social das grandes empresas, donativos dos mais humildes aos mais ricos, e testamentos”.

Estas receitas são “importantes e indispensáveis para a CVP”, afirmou, sublinhando a confiança que os portugueses têm na instituição.

“Nós tratamos ciganos e aristocratas, pretos e brancos, judeus e muçulmanos, não há nenhuma distinção entre os seres humanos. É o respeito pela condição de ser humano”, disse.

Comunicado/SO

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