10 Nov, 2017

Cientistas acreditam que viver até aos 125 será possível no futuro

A questão foi levada à plateia presente na "Health Conf" da Web Summit por dois geneticistas do Instituto de Tecnologia de Deli.

Perante um públio maioritariamente cético, Sumit Jamuar e Gabriel Otte mostraram-se ontem confiantes que no futuro, mesmo longínquo, muitos seres humanos podem viver até aos 125 anos, desde que adotem um estilo de vida saudável. Os geneticistas acham que a longo prazo é possível vivermos bem mais de 100 anos com a ajuda da tecnologia aplicada à saúde e com a mudança de hábitos de vida.

“Quem tem agora 50 anos e for saudável e praticar um estilo de vida saudável tem 50% de possibilidades de chegar aos 90 anos, mas a tendência é para aumentar a longevidade”, disse Jamuar, do Instituto Indiano de Tecnologia de Deli.

O “segredo” da longevidade, segundo os especialistas, está na genética, mas também em cuidar do corpo diariamente, adotar um estilo de vida saudável, ter uma ação proativa, em suma, “fazermos um pacto de não agressão ao organismo”, banindo “venenos como açúcar, gorduras, hidratos de carbono” e praticando exercício física desde a infância.

Recentemente, uma equipa de cientistas analisou dados demográficos de 40 países e sugere que há um limite máximo natural para a vida humana, fixado em cerca de 125 anos.

Os cientistas da faculdade de Medicina Albert Einstein, em Nova Iorque, fixam o limite médio da vida humana nos 115 anos.

“Para atingir a longevidade é importantíssimo o estudo da genética humana e a tecnologia tem permitido enormes avanços nos últimos anos. Porém, ainda há muito a fazer. Temos uma base de dados de três milhões de amostras de ADN e há sete mil milhões de pessoas”, explicou Otte.

“O estudo da genética associado às novas tecnologias está a revolucionar a vida humana e fizeram-me imensos progressos nos últimos anos”, sustentou Jamuar, acrescentando que a adoção de estilos de vida saudáveis permitirá um planeta saudável, funcionando como um “ciclo virtuoso”.

No painel seguinte da Web summit dedicado à saúde, a questão abordada foi se alguma vez será possível abolir as doenças do mundo, um tema defendido pelo biólogo Pierre Meulien, diretor executivo da Innovative Medicines Initiative (IMI), e a norte-americana Lynne Davidson da Head of Innovation & Improvement.

Muelien foi perentório: “É uma utopia, absolutamente impossível viver num mundo sem doenças”, enquanto Davidson considerou que já foram feitos tantos progressos, por exemplo no combate ao VIH e na Malária, que isso pode perfeitamente acontecer no futuro.

Muelien, que disse ser “completamente a favor da vacinação”, defendeu que por muitos progressos que se façam nas diversas áreas da medicina, curativa ou preventiva, os vírus encontram-se sempre formas de sofreram uma mutação e provocar doenças.

Apesar de defenderam pontos de vista diferentes, ambos os intervenientes concordam que a tecnologia e mesmo a inteligência artificial são importantes ferramentas para a evolução da medicina e do estudo da genética.

A Web Summit, que decorreu no Altice arena e na Feira Internacional de Lisboa, terminou ontem com a presença do Presidente da República.

LUSA/SO/SF

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