16 Fev, 2017

Cerca de 5.700 reações adversas a medicamentos em 2016

O Infarmed pretende aumentar o número de notificações para conhecer melhor os riscos e poder arranjar forma de os prevenir

No último ano, foram notificadas à Autoridade do Medicamento (Infarmed) cerca de 5.700 reações adversas a medicamentos em Portugal. Do total de notificações, mais de 4.400 dizem respeito a reações consideradas graves.

O secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, assumiu hoje que é necessário que haja mais deteção de reações adversas de medicamentos, para “sinalizar melhor as situações reais na vida das pessoas, permitindo tentar prevenir, no futuro, esses efeitos adversos”.

Também Fátima Canedo, diretora de Gestão do Risco de Medicamentos do Infarmed, insiste na necessidade de conhecer melhor a realidade dos efeitos adversos dos fármacos.

“Costumo usar a comparação do icebergue. Só vemos a pontinha, precisamos de conhecer o que está escondido. Quanto mais notificações existirem, mais conhecemos o risco do medicamento e mais seguro ele se torna e podemos prevenir e tomar medidas nesse sentido”, afirmou a responsável aos jornalistas.

Durante a inauguração da Unidade de Farmacovigilância do Infarmed, em Lisboa, Fátima Canedo explicou que, em termos de metas quantitativas, a referência da Organização Mundial de Saúde (OMS) é de 250 notificações por milhão de habitantes.

Portugal regista menos de 6.000 notificações de reações adversas e, deste total, apenas 4% estão na área de abrangência da nova unidade de farmacovigilância, que abrange vários concelhos dos distritos de Lisboa e de Leiria, além dos Açores e da Madeira.

“Temos uma população muito grande e rondamos os três mil médicos e farmacêuticos”, reconheceu Fátima Canedo.

Em termos nacionais, das cerca de 5.700 reações adversas a medicamentos registadas, mais de 2.700 foram notificadas pela própria indústria e mais de 2.900 pelos profissionais de saúde e também por utentes.

Contudo, a participação dos utentes na comunicação de reações adversas é ainda residual, como admitiu Fátima Canedo.

O Infarmed tem tentado incentivar os utentes a participarem as reações adversas que sintam com os medicamentos, o que pode ser feito através do seu site.

A unidade de farmacovigilância hoje inaugurada no Infarmed é a quarta que entra em funcionamento desde dezembro do ano passado, passando Portugal a ter um total de oito unidades que pretendem analisar melhor o risco e benefício dos medicamentos.

LUSA/SO

 

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