3 Fev, 2017

Câmara de Sintra e instituição psiquiátrica colaboram no acolhimento a refugiados

Os cidadãos refugiados acolhidos em Sintra vão dispor de apoio na área da saúde mental, no âmbito de um acordo de colaboração entre a câmara local e o Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa (CHPL), informou a autarquia

O município e a instituição hospitalar assinam, na sexta-feira, um protocolo para “o desenvolvimento de uma resposta na área da saúde mental para os cidadãos refugiados”, através do Plano de Acolhimento e Integração de Refugiados-Saúde Mental (PAIR-Me).

O plano tem por missão “providenciar cuidados de saúde mental adequados a uma população étnica e socialmente heterogénea de refugiados e criar canais adequados às suas necessidades – sejam eles linguísticos, educativos ou adaptação das respostas clínicas”, refere a minuta do protocolo, a que a Lusa teve acesso.

O PAIR-Me deve ainda “promover a saúde mental de uma população fragilizada, valorizando a autodeterminação e a reconstrução cultural e identitária, em intervenções que estimulem o reconhecimento, cuidado e preocupação com o outro na sua humanidade e diferença”.

“Um dos fatores de saúde mental que mais tem sido associado à figura de refugiado é o trauma, normalmente desencadeado pelo processo de fuga e vivência de perigo iminente no país de origem”, alerta-se no documento.

Além disso, salienta-se no protocolo, “a associação entre trauma e determinadas patologias psiquiátricas surge, principalmente, na figura da Perturbação de Stress pós-traumático (PSPT), patologia com a qual a psiquiatria e a saúde mental se tem debatido no último meio século”.

No protocolo, a subscrever pelos presidentes da câmara, Basílio Horta (PS), e do CHPL, Isabel Paixão, estabelece-se que o PAIR-Me é assegurado por uma equipa multidisciplinar, que integra técnicos de saúde mental, mediadores culturais e representantes da comunidade.

A referenciação para consulta pode ser feita por profissionais de saúde e técnicos municipais ou do Conselho Português para os Refugiados, envolvidos na reinstalação dos migrantes, “sempre que surjam alterações sugestivas de psicopatologias na população acolhida ou alterações familiares disfuncionais no processo de acolhimento”.

O atendimento será assegurado nas instalações do CINTRA – Centro Integrado de Tratamento e Reabilitação em Ambulatório, através da equipa de saúde mental do CHPL.

O novo plano na área da saúde mental visa complementar o PAIR/Sintra, aprovado pelo município em 2015, para participar no esforço nacional, assumido pelo Estado português, de acolher ao longo de dois anos 4.574 refugiados, a distribuir pelo país em função da disponibilidade das autarquias.

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