24 Jan, 2017

Brinquedos sexuais mais seguros do que brinquedos para crianças

Os brinquedos sexuais contêm menos químicos perigosos do que os brinquedos para as crianças, concluiu a agência de inspeção de saúde da Suécia

Num estudo realizado ao longo do ano passado, 2% dos 44 brinquedos sexuais analisados (e importados para a Suécia) continham químicos banidos por aquele país, afirmou a Agência Sueca de [Produtos] Químicos.

Num outro estudo realizado no ano anterior, a mesma agência testou 112 brinquedos para crianças na Suécia e descobriu que 15% continham substâncias químicas banidas, incluindo chumbo.

“Isto foi um pouco surpreendente. Foi a primeira vez que fizemos um estudo como este”, disse à agência France Presse uma das inspetoras, Frida Ramstrom.

Dos 44 produtos sexuais testados, apenas um “dildo” [vibrador] de plástico continha uma substância proibida: parafinas cloradas, um produto que se obtém através da reação de gás de cloro com parafinas (que resultam de hidrocarbonetos) e que se suspeita poder causar cancro.

A agência sueca acrescentou que é difícil determinar o porquê de os brinquedos para crianças conterem mais químicos perigosos.

Um dos fatores que podem contribuir para esta situação, realçou a agência, é que os brinquedos sexuais são muitas vezes importados por grandes empresas, o que – por sua vez – pode fazer aumentar a pressão sobre os fabricantes para evitarem os químicos prejudiciais. Já os brinquedos para crianças são importados por empresas mais pequenas, muitas vezes sem a força necessária para fazer esse tipo de exigências, disse Bjorn Malmstrom, porta-voz da Agência Sueca de [Produtos] Químicos.

A lei sueca determina que os químicos nos brinquedos para crianças “não podem, em nenhum caso, constituir um risco para a saúde humana”.

Três dos 44 brinquedos sexuais testados, feitos de couro artificial e ligaduras para “bondage” (prática sadomasoquista), continham um tipo de ftalatos acima do limite permitido, que é de 0,1%. Os ftalatos são um grupo de compostos químicos derivados do ácido ftálico, utilizado como aditivo para tornar o plástico mais maleável.

Este tipo de ftalatos não está proibido em brinquedos sexuais, mas encontra-se na lista da União Europeia de químicos que motivam “uma preocupação muito elevada”, uma vez que podem afetar o equilíbrio hormonal humano e provocar infertilidade.

Por isso mesmo, as empresas são obrigadas a informar os consumidores caso os seus produtos contenham uma percentagem de ftalatos superior a 0,1%.

O mercado global de produtos sexuais tem um valor estimado de 18,6 mil milhões de euros por ano, de acordo com uma empresa analista britânica, a Technavio. A mesma empresa estima que este mercado vai crescer quase 7% ao ano entre 2016 e 2020.

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