Marisa Matias quer maioria de esquerda unida contra parcerias público-privados na Saúde

A dirigente e eurodeputada do BE defende que a falta de combate à precariedade e às PPP na Saúde são duas das maiores fragilidades da atual solução governativa apoiada numa maioria de esquerda.

Marisa Matias falava ontem num debate promovido pela associação Fórum Manifesto, de Ana Drago, em que participou igualmente o dirigente socialista e secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Pedro Nuno Santos, sobre “o ponto de situação da Geringonça”, no auditório da Pousada da Juventude do Parque das Nações, em Lisboa.

A eurodeputada bloquista considerou que “a principal conquista foi conseguir começar a quebrar o ciclo de empobrecimento”: “Isso traduziu-se na possibilidade de aumento o salário mínimo, mas também outras medidas relacionadas com a sobretaxa, com a contribuição de solidariedade ou com as questões relacionadas com as privatizações”.

Do lado das fragilidades, Marisa Matias apontou que “a ‘geringonça’ praticamente ainda não tocou em matéria de direitos laborais na precariedade que grassa no país em todos os setores de atividade”.

“O Serviço Nacional de Saúde é das maiores conquistas da democracia em Portugal e no que diz respeito à intervenção da ‘geringonça’ não se pode passar ao lado dessa que é uma das maiores conquistas e que é do maior património da democracia em Portugal”, afirmou também.

“Não foi feito nada, por exemplo, para pôr em causa as parcerias público-privado, que minam Serviço Nacional de Saúde e que retiram recursos fundamentais para investir na área pública do Serviço Nacional de Saúde”, acrescentou.

Por outro lado, “a cultura continua a ser uma não-existência”, de acordo com Marisa Matias, não só porque “continua subfinanciada mas porque não há uma aposta”.

Marisa Matias sublinhou o “papel de António Costa, que foi muito relevante” no alargamento de BE, PCP e PEV aos partidos do “arco da governação” na construção da atual solução governativa do Governo apoiado pela maioria de esquerda no parlamento, a que Vasco Pulido Valente chamou numa crónica no jornal Público uma ‘geringonça’.

“A utilidade da morte do voto útil” foi outra das virtudes da atual solução governativa, segundo Marisa Matias, considerando que a partir da solução construída para sustentar o Governo “será muito difícil sustentar o mesmo argumentário do voto útil”.

LUSA

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