Aumenta o número de mulheres que procuram ajuda para deixar dependência de drogas
Os dados são da Associação Portuguesa de Narcóticos Anónimos (APNA) e foram apresentados durante a 33.ª Convenção Europeia, que decorreu este fim-de-semana, em Portimão.
“Há cada vez mais pessoas a frequentarem as reuniões que se realizam por todo o país, registando-se um ligeiro crescimento do número de mulheres que procuram ajuda para todo o tipo de dependências”, revelou Manuel (nome fictício), membro da APNA na sessão de abertura da Convenção Europeia de Narcóticos Anónimos, que está a decorreu entre 22 e 24 de setembro, no pavilhão Arena, em Portimão, no Algarve. No evento internacional, que se realiza anualmente, participam cerca de 1.500 pessoas de vários países, na sua maioria adictos – pessoas que abandonaram ou que estão em processo de recuperação de drogas.
Segundo Manuel, em Portugal funcionam cerca de 140 grupos com reuniões semanais “de ajuda a pessoas que deixaram a dependência de drogas e outras que pretendem iniciar um processo de recuperação”.
“O que verificamos, é que há mais mulheres a aderirem às reuniões, fenómeno que ocorre por todo o país”, destacou aquele membro da APNA, acrescentando que a associação “através da partilha de experiências proporciona um programa de recuperação anónimo, com o poder de salvar vidas”.
Manuel apontou o seu caso pessoal “de abandono total de drogas”, como um exemplo da ajuda prestada pela associação, ao proporcionar a troca de experiências, “que faz com que as pessoas dependentes, pensem por si próprias, responsabilizando-as” perante a sociedade. “É uma terapia que faz com que os dependentes de drogas se revejam nos casos dos seus semelhantes, o que se traduz num reflexo dos seus atos, consciencializando-as”, destacou.
A 33.ª convenção europeia dos Narcóticos Anónimos, além da partilha de experiências com adictos de vários países mundiais, pretende celebrar a recuperação “de todos os que se mantêm limpos e abstinentes”.
Manuel explicou ainda que durante os três dias do evento podem participar pessoas com vários tipos de dependências, “quer sejam drogas ou álcool, não havendo qualquer distinção”.
“A convenção é uma oportunidade para que os adictos de todo o mundo se possam encontrar, partilhar experiências de recuperação, de como é que conseguiram parar de usar drogas, como é que têm enfrentado e lidado com os problemas da vida, no fundo celebrar”, concluiu.
LUSA/SO/SF