Apoio internacional vai permitir vacinar crianças em Angola

A Aliança Mundial para a Vacinação (GAVI) vai apoiar o Governo angolano a vacinar crianças em 24 municípios angolanos, onde 70% dos menores ainda não estão imunizados

O anúncio foi avançado pelo gestor sénior dos projetos da GAVI em Angola, Thierry Vicent, à margem da cerimónia de entrega de 13 viaturas e 30 motorizadas à Direção Nacional de Saúde Pública para reforço da vacinação em zonas de fraca cobertura.

Em declarações à agência Lusa, Thierry Vicent disse que a GAVI, presente em Angola desde 2001, tem apoiado o Governo angolano na subvenção de vacinas, assistência técnica e financeira, tendo disponibilizado nos últimos 14 anos um total de 105 milhões de dólares (92,5 milhões de euros). “Esta doação enquadra-se no seio da nossa ajuda na fase de transição de Angola do apoio do GAVI”, disse Thierry Vicent.

A GAVI foi criada em 2000 e integra Governos de países em desenvolvimento e de países doadores, a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o Banco Mundial, a indústria de vacinas em países industrializados e países em desenvolvimento, a sociedade civil, a fundação Bill & Melinda Gates e outros organismos privados.

Angola está em fase de transição, para ser retirada da lista de beneficiários dos fundos da GAVI, a partir de 2018, depois de passar a país de rendimento médio.

“Como Angola passou a país de rendimento médio estamos também a acabar esta fase, onde com o Governo de Angola fizemos cofinanciamento dos programas de vacinação, novas vacinas, contra rota-vírus, pneumococo, pentavalente e vamos até ao final do ano ter uma campanha com vacina de sarampo e rubéola”, disse.

“Neste quadro, disponibilizamos meios para acompanhar esta transição e facilitar, melhorar, a supervisão do pessoal da saúde na periferia e também acrescentar a disponibilidade dos centros de saúde de vacinação nas zonas de fraca cobertura”, acrescentou.

Thiery Vicent elogiou os progressos feitos por Angola no domínio da vacinação, entretanto afetado pela crise económica que o país atravessa.

“Estamos a tentar com o Ministério da Saúde mudar esta situação para todo acompanhar o governo na luta contra epidemias, mas também criar mais condições para uma vacinação de rotina que realmente presta serviço em toda a parte do país”, referiu.

Uma delegação da GAVI está em Luanda para uma missão, que termina hoje, com o propósito de avaliar os progressos registados por Angola na execução das atividades conjuntas de vacinação de rotina e reforço das atividades de vigilância epidemiológica.

Em maio, Angola lançou um plano de recuperação da cobertura de vacinação de rotina com o objetivo de imunizar até nove por cento de crianças e também 95 por cento de mulheres em idade fértil (entre 12 e 49 anos), numa estratégia que envolve equipas móveis e fixas distribuídas por unidades de saúde, mercados, igrejas, escolas e outros locais de forte concentração populacional.

A missão vai avaliar os progressos, desafios e a sustentabilidade dos programas de vacinação em Angola, incluindo ações específicas como a eliminação do sarampo e a rubéola, a comunicação e a mobilização social, assim como a capacitação de recursos humanos.

Angola deverá produzir até finais deste mês, um relatório sobre esta avaliação, contendo detalhes da assistência técnica complementar a ser prestada pela GAVI, depois de 2017.

LUSA/SO/SF

 

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