1 Mar, 2017

Apoio domiciliário poupa viagens a idosos com linfoma e leucemia no Porto

A presidente da Associação de apoio aos Doentes com Leucemia e Linfoma (ADL), afirma que sendo de "uma doença controlada mas não curável, os doentes com estes problemas de sangue têm, regularmente, de fazer transfusões"

Um projeto destinado a doentes com leucemia e linfoma presta apoio domiciliário a mais de 200 utentes, sendo na maioria idosos, de modo a evitar que passem horas no Centro Hospitalar de São João (CHSJ), no Porto, à espera de uma transfusão.

“Entre a necessária recolha de sangue para análise, a análise e a eventual transfusão, que dura no mínimo duas horas, por vezes os doentes têm de esperar no hospital durante três horas”, explicou Fátima Ferreira, presidente da Associação de apoio aos Doentes com Leucemia e Linfoma (ADL).

Há dois anos, um conjunto de circunstâncias, “como a oferta de um carro por um antigo doente e a chegada de dois enfermeiros reformados, proporcionaram o início das visitas ao domicílio”, observou.

“O nosso raio de ação são 100 quilómetros à volta do Porto, mas excecionalmente já fomos até Monção”, disse a responsável de um trabalho voluntário “que permite aos idosos poupar dinheiro, viagens e ter melhor qualidade de vida”.

A dupla de enfermeiros recolhe o sangue em casa dos doentes e de seguida estuda as amostras e reporta ao hospital, a quem cabe a decisão sobre se o “doente tem de submeter-se à transfusão”.

“Caso seja preciso, marca-se o dia, o paciente desloca-se ao hospital e, à hora marcada, e sem ter de esperar mais tempo, faz [a transfusão] e depois regressa a casa. No caso de não ser preciso, as colheitas ficam feitas, os resultados anotados e o idoso não se cansou com viagens”, explicou.

A associação pretende alargar esse serviço a mais utentes, “assim que conseguir outro enfermeiro voluntário”, sublinhou Fátima Ferreira.

Com 1.118 associados, mas em que apenas “um terço paga a quota anual de 10 euros”, a ADL conta com 30 voluntários.

Nas instalações que possui no Hospital São João, a associação desenvolveu um apoio “que fosse de encontro ao que o paciente precisava”, sendo essa a base que fez nascer, há três anos, “um grupo de terapeutas de Reiki” depois do CHSJ ter sido a primeira unidade de saúde do país a autorizá-lo.

“Desde então, doentes de ambulatório e internados com cancro de estômago têm recebido esse serviço voluntário, também ele em crescimento e que já superou a centena de utentes”, disse a também médica no CHSJ.

Um protocolo celebrado com a Associação Portuguesa de Reiki Essencial, em Matosinhos, assegurou à ADL a continuidade das terapias “para os doentes que tiveram alta e aos que vêm esporadicamente ao hospital, da zona norte, e igualmente grátis, dado que detetámos dificuldades económicas numa parte deles”, explicou Fátima Ferreira.

A principal fonte de receita da ADL é a indústria farmacêutica, numa parceria que passa “pela colaboração da associação na divulgação dos novos medicamentos, por exemplo, nas duas reuniões anuais que promove com os utentes”.

 

LUSA/SO

 

Gedeon Richter

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