4 Jan, 2018

Antigos dirigentes da Ordem dos Enfermeiros contra Assembleias-gerais “surpresa”

Para os antigos dirigentes da Ordem, “convocar Assembleias com 48 horas de antecedência, sem apresentar qualquer justificação da sua emergência, é imoral e conduz a que seja objetivamente interpretado como a vontade de impedir a participação dos membros nas decisões que lhes dizem respeito"

Antigos dirigentes da Ordem dos Enfermeiros, entre os quais a antiga bastonária Maria Augusta Sousa, acabam de emitir um comunicado onde manifestam “a sua veemente indignação pela prática reiterada de convocatórias para Assembleias Gerais da Ordem dos Enfermeiros Portugueses com a antecedência de 48 horas, tal como aconteceu com a que ocorreu hoje em Coimbra, o que desprestigia o órgão de participação dos enfermeiros e em última análise a própria profissão”.
Segundo os signatários, “Face a tal prática e sem qualquer surpresa, e de acordo com números apurados ao início da tarde, na Assembleia Geral de hoje só estiveram presentes cerca de 70 enfermeiros, ou seja, cerca de 0,1% dos membros da Ordem”. E questionam: “A quem serve uma Assembleia Geral com a presença de 0,1% dos Enfermeiros portugueses?
Para os signatários, “convocar Assembleias com 48 horas de antecedência, sem apresentar qualquer justificação da sua emergência, é imoral e conduz a que seja objetivamente interpretado como a vontade de impedir a participação dos membros nas decisões que lhes dizem respeito”.
“Quem tem medo de quê?”, questionam, avançando com a hipótese “Será que se pretende impedir a análise, discussão e decisão pelos enfermeiros sobre matérias que a todos dizem respeito? Será que os actuais órgãos da OE pretendem decidir o futuro da profissão sozinhos? A quem servirá tal estratégia tão redutora, em que 70 decidem por 70.000?”
À semelhança de outros antecedentes, convocadas da mesma forma, a Assembleia Geral da Ordem dos Enfermeiros agora contestada pelos anteriores dirigentes tinha na sua Ordem de Trabalhos vários pontos relevantes para os Enfermeiros portugueses, designadamente, e entre outras, questões que se refletem na carreira. E também o Relatório de Atividades e Contas de 2016, que foram reprovados noutra Assembleia Geral sem qualquer alteração.
Para os signatários “não vale a pena justificar o injustificável, invocando os Estatutos actualmente em vigor, os quais, de resto, são nestes pontos iguais aos anteriormente em vigor. Uma Assembleia Geral Extraordinária PODE ser convocada com 48 horas de antecedência mas apenas quando a premência de decisões a tomar o exija. Apenas isso. Qual dos pontos da Ordem de Trabalhos se inscreve nessa premência? Qual a razão objetiva para tal comportamento?”
A terminar, os signatários afirmam considerar o comportamento da atual direção da Ordem “imoral e assumem o compromisso de divulgar esta tomada de posição convidando os Colegas a juntarem-se a esta indignação pois está em causa a participação democrática, pluralista, informada, na vida da organização e no futuro da Enfermagem”.

Fonte: Comunicado de imprensa/SO

 

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