7 Abr, 2017

Angola tem um psiquiatra por cada milhão e meio de habitantes

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), em Angola existe apenas um psiquiatra para 1,5 milhões de habitantes e apenas sete são angolanas

No dia em que se comemora o Dia Mundial da Saúde, em que o tema este ano alusivo ao mesmo é a depressão, Hernando Agudelo, representante da Organização Mundial de Saúde (OMS) no país revelou que em Angola tem apenas um psiquiatra por cada 1,5 milhões de habitantes e apenas sete são angolanas.

A OMS estima que 30 milhões de pessoas em África sofrem de depressão, número que “constitui mais um fardo” para os sistemas de saúde dos países africanos, tendo em conta a “grande escassez de profissionais qualificados em saúde mental”.

“Em Angola temos só um psiquiatra por 1,5 milhões de pessoas, onde só sete são angolanos. Angola tem um psicólogo por 500.000 pessoas”, apontou Hernando Agudelo.

De acordo com o quadro atual, enfatizou, “não há recursos humanos qualificados em quantidade suficiente para cobrir as necessidades da população” em Angola, em termos de saúde mental.

Para agravar o cenário, admitiu, faltam campanhas de sensibilização pública, informação adequada, além dos próprios medicamentos necessários aos tratamentos.

A criação de serviços de base comunitária direcionados para a depressão, mas que atuem também “contra o estigma” da doença, realçou o representante da OMS em Angola, “irá encorajar mais pessoas a procurar tratamento”.

“A OMS também recomenda a implementação de programas escolares que proporcionem aconselhamento e apoio a pessoas com depressão e às suas famílias; a deteção precoce e a prevenção, sobretudo entre crianças e jovens”, acrescentou Agudelo.

Ainda em Angola, aquela agência das Nações Unidas refere considera que indivíduos, famílias, prestadores de cuidados e comunidades “podem tomar medidas para ajudar a prevenir a depressão, evitando situações de stress, alcoolismo e toxicodependência”.

“Para o sucesso desta luta, também precisamos de restabelecer a confiança das populações nos nossos sistemas de saúde e na melhor qualidade dos serviços”, disse ainda Hernando Agudelo, acrescentando que a OMS apoiará os esforços do Governo.

LUSA/SO/CS

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