26 Out, 2016

Alexandre Lourenço apresenta candidatura a Presidente da SRS da Ordem dos Médicos

Sob o lema " Somos Médicos", a lista candidata, que tem como mandatário o Professor António Pereira Coelho, é apresentada hoje na sede da OM

A lista encabeçada pelo Ginecologista  Alexandre Lourenço apresenta hoje, pelas 17 horas, na sede da Ordem dos Médicos, em Lisboa, a candidatura à Secção Regional do Sul da Ordem dos Médicos.

Sob o lema ” Somos Médicos”, a lista candidata, que tem como mandatário o Professor  António Pereira Coelho, explica em manifesto a decisão de avançar para escrutínio com o “vasto conjunto de alterações no setor da saúde”, que “têm gerado novos problemas que exigem novas soluções”, perante os quais “não podemos ficar indiferentes”,

Uma lista vasta. De facto, apontam os signatários do manifesto, “o médico passou a estar refém de interesses vários e a sua atuação dependente de opções raramente técnicas ou baseadas num vasto saber clinico. E muitos foram os domínios onde os médicos deixaram de se pronunciar e mesmo deixaram de ser ouvidos. Da sustentabilidade do sistema de saúde à racionalização de meios. Do enfoque na cura para o foco na prevenção da doença e na promoção da saúde. Da organização do SNS à organização de serviços. Da separação público/privado às carreiras médicas. Do burnout ao envelhecimento da classe. Do deficit e do excesso de médicos. Do hospitalocentrismo à integração e à continuidade de cuidados. Da formação ao desenvolvimento médico contínuo. Do sistemático ataque à relação médico doente em nome de um necessário ganho de eficiência”.

Como resultado, “aos poucos, os médicos passaram de atores centrais do sistema de saúde e principais agentes de inovação e mudança para meros executantes de opções políticas, administrativas e financeiras. Em nome dos médicos e do bem dos doentes várias foram as opções tomadas sem que a nossa opinião alguma vez fosse ouvida”.

De acordo com a lista concorrente, “nos últimos anos temos sido mais reativos do que ativos. Assistimos à realização de inúmeros processos diagnósticos. Assistimos passivamente a que outras profissões passassem a influenciar decisivamente a forma de abordar a doença e tratar os nossos doentes o que levou a uma complexa diluição do conceito de ato médico sem que tal tenha trazido claros benefícios ao tratamento dos nossos doentes. Pouco atuámos nas propostas terapêuticas”.

Para os candidatos à SRS Ordem dos Médicos, “os atuais problemas da Medicina Portuguesa não passam por deficits diagnósticos mas sim por uma recorrente ausência de propostas terapêuticas”.

Nos últimos anos, afirmam, “a classe médica perdeu capacidade de influenciar o futuro da saúde. Perdeu prestígio e baixou a guarda. Assistimos impávidos a uma proletarização da classe médica instada por alguns interessados na destruição de uma das principais elites nacionais”.

Mas não só: “os últimos anos foram ricos em fazer dos médicos os principais bodes expiatórios das deficiências do sistema de saúde e mesmo os principais responsáveis de tudo o que de mal acontecia. Passamos a ter de responder por deficits e problemas nos quais não tivemos nem temos quaisquer responsabilidade”.

“Esse tempo tem de terminar”, defendem.

As propostas de actuação, em que o médico deve assumir um papel-chave são muitas. Desde logo, garantem, “queremos promover uma profunda reflexão do que deve ser o Sistema de Saúde em Portugal na próxima década (…) Debater para encontrar soluções (…) equacionar os novos desafios e definir as melhores soluções”.

Queremos mudar para melhorar e para garantir os melhores cuidados aos nossos doentes. Doentes cada vez mais diferentes, com novos problemas, novos enquadramentos e novas realidades sociais. Rejeitamos o racionamento e defendemos a racionalidade na escolha e nas opções em saúde.

Outra das propostas inscritas no manifesto é a de “repensar o modelo de prestação de cuidados de saúde, integrando os seus diversos níveis e respeitando as especificidades de cada Especialidade (…) contribuindo para a definição de como devem ser preparados os novos médicos para uma sociedade do futuro e não com os paradigmas do passado”.

A sustentabilidade do sistema de saúde é outra das preocupações da lista presidida por Alexandre Lourenço. “Queremos contribuir para a sustentabilidade do sistema de saúde pela apresentação de novas propostas na prestação de cuidados e não pelo assumir de simples cortes percentuais da prestação”, afirmam.

Repensar os modelos organizativos das unidades de saúde, em conjunto com outras competências, de forma a recriar a forma de prestar cuidados de saúde; revisitar o tema das carreiras médicas de forma a preparar os médicos para os desafios do presente e do futuro, são outras das propostas apresentadas.

O manifesto eleitoral pode ser acedido Aqui

 

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