27 Nov, 2019

Santa Maria tem camas vazias há ano e meio por falta por enfermeiros

Estão fechadas um quarto das camas da unidade de cuidados intensivos pediátricos. Hospital tem falta de enfermeiros.

O maior hospital do País, o Santa Maria (em Lisboa), tem duas das oito camas da unidade de cuidados intensivos pediátricos sem uso há um ano e meio. Em causa está a falta de enfermeiros para assegurar a abertura da totalidade das camas, neste que é o hospital de referência de toda a região Sul em casos graves.

Numa altura em que o hospital está sujeito a uma maior procura (devido ao fecho da urgência pediátrica do Garcia de Orta durante a noite), o pediatra Francisco Abecasis denunciou a situação no Programa Prós e Contras, transmitido na RTP1. A agravar a situação está também o aumento da procura pelas urgências (num ano em que a atividade gripal está a começar mais cedo).

Perante este quadro e tendo em conta a falta de enfermeiros (no ultimo ano, o hospital terá perdido dezenas de profissionais, muitos aliciados pelas melhores condições oferecidas nos centros de saúde e USF), Francisco Abecasis garante que já se viu obrigado a recusar doentes devido à falta de capacidade de resposta da unidade de cuidados intensivos pediátricos, onde trabalha há mais de 10 anos. “Durante dez anos não me lembro de ter recusado um doente. No último ano só eu recusei dez e com os meus colegas recusámos cerca de 50”, diz o pediatra, em declarações ao jornal i.

A bastonária dos enfermeiros é favorável ao encerramento de camas quando não há profissionais suficientes para assegurar o seu funcionamento com segurança.A bastonária diz mesmo ainda que há hospitais onde, mesmo sem enfermeiros, se mantêm abertas valências com risco para os doentes e profissionais.

A administração do Centro Hospitalar de Lisboa Norte (CHLN), que integra o Hospital de Santa Maria, já reagiu e reconhece o problema, admitindo que, entre 2018 e 2019 “foram encerradas 15 camas de cuidados críticos e especiais das quais seis na área pediátrica por dificuldade de recursos principalmente de enfermagem e assistentes operacionais”.

Em comunicado, a instituição esclarece que está em curso a contratação de enfermeiros, pelo que será possível, já em dezembro, abrir as duas camas fechadas na unidade de cuidados intensivos pediátricos. “As restantes 9 camas de cuidados críticos/ especiais, nas quais se incluem as 6 da área pediátrica, e porque requerem um período de integração mais longo, serão ativadas ao longo do próximo mês de janeiro”, garante o CHLN.

TC/SO

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