12 Nov, 2019

Distribuição de seringas aumentou 58% face ao ano anterior

A distribuição de seringas aumentou, mas a de preservativos diminuiu. Ainda assim, os "casos diagnosticados atingiram o mínimo histórico de 1,8%", afirma o Ministério da Saúde.

No âmbito do Programa Troca de Seringas – “Diz não a uma seringa em 2.ª mão”, verificou-se, entre janeiro e julho deste ano, um aumento na distribuição de seringas (mais 246 mil do que no período homólogo), noticia o Público esta terça-feira.

Segundo os números divulgados pelos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, que constam do relatório do primeiro semestre do programa, a distribuição de seringas e preservativos passou, assim, para 670 e 230 mil, respetivamente. Se por um lado se registou um aumento de 58% na disponibilização de seringas, por outro verificou-se uma diminuição na distribuição de preservativos, menos 82 mil do que no ano passado, ou seja, um decréscimo de 26%.

Eficácia na informação

 

Esta variação pode ter uma explicação: maior eficácia nas campanhas de informação e sensibilização e nas ações de distribuição de seringas, mas desinteresse por parte dos toxicodependentes na aquisição do método contracetivo e preventivo.

“O aumento do número de trocas de seringas é um bom indicador de proximidade”, declara Isabel Aldir, coordenadora do Programa Nacional para as Hepatites Virais e VIH Sida da DGS, em entrevista ao Jornal de Notícias.

 

Desinteresse na vida sexual

 

Segundo a coordenadora, o número decrescente de preservativos distribuídos prende-se com o facto de estes kits terem sido entregues a toxicodependentes de drogas injetáveis, população para a qual o sexo não constitui uma prioridade, à exceção daqueles que se prostituem para adquirir dinheiro para consumir.

“Este programa, que teve início em 1993 sob a alçada da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Programa Nacional para a Infeção VIH/SIDA, representa a eficácia das medidas e das estratégias adotadas, nomeadamente a redução do número de casos diagnosticados de infeção por VIH, no grupo das pessoas que utilizam drogas injetáveis. Com o auxílio deste programa foi possível atingir o valor mínimo histórico de 1,8% [passou de 57,3% para 1,8%]”, afirma o Ministério da Saúde.

EQ/SO

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