20% das crianças e jovens têm distúrbios mentais

Miguel Durães, Presidente de Direção da Associação Recovery IPSS, alerta para a importância de estarmos alerta para as alterações comportamentais nos jovens.

Como podem chegar as pessoas até à RECOVERY IPSS? São referenciadas pelo Hospital ou cuidados de saúde primários?

 

A RECOVERY IPSS tem 3 unidades especializadas em saúde mental e muitas outras respostas comunitárias. Relativamente às Unidades especializadas, tem uma destinada a Adultos e outras duas destinadas à Infância e Adolescência com Doença Mental Grave. Todas com acordos de cooperação/contratos-programa firmados com os organismos competentes do Governo da República Portuguesa.

Nesse sentido, na Unidade de ambulatório de Adultos qualquer pessoa pode pedir o nosso apoio diretamente (indivíduo, familiar/cuidador informal, organismos públicos e/ou privados) e, se cumprir critérios, pode ser integrada e admitida. Na Infância e Adolescência a referenciação é diferente, obedece às normas e regras de qualquer unidade de cuidados continuados integrados conhecida pelos portugueses. Neste caso em particular, assinamos com os organismos competentes do Governo da República Portuguesa, o Ministério da Saúde e o Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, os primeiros contratos-programa daquelas que se tornaram as primeiras Unidades de Cuidados Continuados Integrados de Saúde Mental (UCCI-SM IA) da história do nosso país.

Nestas duas UCCI-SM IA, uma de regime de internamento e outra de regime de ambulatório, a nossa IPSS (sem fins lucrativos) não é responsável pela referenciação. Apenas trata da admissão e dá seguimento a programas de reabilitação dos casos que são referenciados, primeiramente por um Psiquiatra de Infância e Adolescência através da plataforma eletrónica da Rede Nacional de CCI e depois confirmados pela Equipa de Coordenação Regional (ECR) com sede na ARS Norte. No entanto, podem sempre procurar-nos para auxiliar e apoiar neste processo de referenciação, que por vezes pode ser moroso, sendo que temos toda a informação disponível sobre as nossas 3 Unidades, únicas no país, no nosso site institucional.

 

Apesar de se estar a observar um grande aumento de depressões e perturbações de ansiedade, pode ser muito complicado para os pais detetarem que o seu filho padece de um problema de saúde mental (entenda-se distúrbio, desordem ou patologia).

A que sinais devem os progenitores estar alerta?

 

Excelente questão! A Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou recentemente que 20% das nossas crianças e jovens apresentam um problema de saúde mental, quer seja a nível de desenvolvimento, emocional ou comportamental. Isto quer dizer, por exemplo, que numa turma de 28 alunos, cerca de 6 a 8 alunos apresentam este tipo de problemas de saúde mental. Ora, os jovens representam cerca de 18% da nossa demografia, mas são 100% do nosso futuro enquanto sociedade. Estes dados são muito preocupantes, especialmente se associarmos ao facto de o Stress e a Depressão passarem a ser, segundo o Livro Verde, na qualidade de relatório oficial da comissão europeia, a maior causa de morbilidade nos países desenvolvidos já em 2020. Já vitimam mais pessoas que os acidentes de viação e o HIV/SIDA e a cada 40 segundos temos um suicídio no mundo.

 

“Os pedidos para primeira consulta em pedopsiquiatria aumentaram cerca de 30%”

 

Não é por acaso que a World Federation For Mental Health (WFMH), a Organização das Nações Unidas (ONU) e a OMS escolheram como tema para as Comemorações do Dia Mundial de Saúde Mental a “Promoção da Prevenção do Suicídio”, que tem vindo a aumentar drasticamente, especialmente na infância e adolescência, onde os primeiros pedidos para primeira consulta em pedopsiquiatria aumentaram cerca de 30%.

Enquanto pais, enquanto educadores, enquanto sociedade temos o dever de estarmos alerta para alterações comportamentais nos jovens. A Ansiedade manifesta-se com sintomas como, por exemplo, taquicardia, somatizações, dores de barriga, de cabeça ou de costas constantes, sudurese (suores nas mãos), sensações de fraqueza, desmaios ou tonturas, entre outros. A Depressão manifesta-se em sentimentos de abolia, desesperança face à vida, desmotivação sistemática, perda de interesse em atividades, falta ou excesso de apetite, problemas no sono e no funcionamento global dos jovens. Ambas são altamente incapacitantes, se estiverem em níveis clinicamente significativos por mais de 6 meses.

O Stress deriva sempre da ansiedade que quando se eleva a níveis clinicamente significativos pode levar os jovens a cometerem erros constantes consigo mesmos e/ou com outros (família, trabalho, grupo de pares, outros significativos, etc.). Deriva também do medo – sentimos medo sempre que prevemos sentir dor ou desconforto da experiência que pensamos realizar. Esta previsão é feita através da análise das experiências que vivemos no passado. Já a Depressão deriva precisamente de acontecimentos de vida marcantes e da ressonância que esta vai tendo com o nosso mundo interior, sendo que, se associarmos estes fatores a um humor distímico, a uma baixa tolerância às frustrações e a uma baixa autoestima pode levar a situações limite que os jovens, sem ajuda ou apoio, ainda não tem a maturidade para compreender, assimilar e responder adequadamente.

 

O Stress, a depressão e ansiedade podem ser difíceis de “compreender e assimilar”. Por esse motivo devem procurar ajuda ou apoio.

 

Por estas razões e porque muito se poderia escrever sobre estas problemáticas, deixo apenas o conselho de procurar ajuda. Se está atualmente a passar por este tipo de problemas, fique sempre com a ideia que não está sozinho/a. Procure apoio emocional junto dos que lhe querem bem e, especialmente, procure ajuda profissional.

 

Na apresentação da associação, o presidente da mesma menciona que o vosso lucro é o bem-estar daqueles que apoiam e dependem de vós diariamente, acrescentando ainda que o seu “lucro são as pontes estabelecidas com a comunidade”. Contudo, para manter uma associação deste género funcional e com os recursos necessários é fulcral que exista lucro para conseguir chegar e cuidar todos os que precisam da vossa intervenção.

A nossa IPSS, felizmente reconhecida pela sua metodologia e resultados a nível nacional e internacional, tem a postura de existir para ter lucro, mas não para ganhar dinheiro. O nosso lucro são as pontes e os laços que estabelecemos com a comunidade, o nosso lucro são aqueles que apoiamos diariamente, o nosso lucro são vocês, todos vocês! Foi da angústia das famílias e daqueles que sofriam ou sofrem de doença mental grave que esta IPSS foi criada, precisamente com o objetivo de ajudar incondicionalmente com os meios que temos ao nosso dispor, dando o nosso melhor todos os dias.

 

Como conseguem subsistir num país em que a verba para apoiar associações como esta representa uma fração quase invisível do Orçamento de Estado?

 

De facto, não é fácil! Comecemos logo pelo facto de termos um Programa Nacional para a Saúde Mental com um excelente Diretor Nacional, com um Plano Nacional de Saúde Mental sobejamente reconhecido por tudo o que é organismos internacionais e nacionais na matéria, mas que não consegue materializar-se significativamente (independentemente de quem está no Governo). Falta apoio político! Apesar de reconhecer que o atual Governo está na direção certa, não podemos continuar a ter apenas cerca de 3% do orçamento global do Ministério da Saúde destinado à Saúde Mental. Portugal tem a segunda taxa de prevalência mais elevada de doenças mentais no mundo inteiro! Existe uma reforma a fazer no nosso país que tem sido permanentemente adiada há 40/50 anos!

 

“A Doença Mental é a maior causa de reformas antecipadas, pensões de invalidez, baixas no trabalho. Afeta cerca de 4% do PIB europeu (…).”

 

Cerca de 23% dos portugueses sofrem com este drama existencial (cerca de 19% destes com doenças muito graves). Pior, se juntarmos a estes apenas um familiar, cuidador informal ou significativo estamos a falar de mais de metade da população portuguesa afetada com problemas de saúde mental. A Doença Mental é a maior causa de reformas antecipadas, pensões de invalidez, baixas no trabalho. Afeta cerca de 4% do PIB a nível europeu e tem custos intangíveis se associarmos a problemática à produtividade e qualidade de vida dos portugueses.

 

“Fazemos do ‘impossível’ realidade!”

 

Neste momento, as IPSS, as que não têm fins lucrativos como a nossa, estão com espírito de missão. Estão a apoiar aqueles que o Estado não consegue fazer chegar apoio de outra forma e que se encontram num sofrimento existencial atroz. Posso dizer que muitas vezes fazemos do “impossível” realidade! E isso só é possível porque além do Estado, temos muitos padrinhos e parceiros credíveis (particulares, empresas, fundações, autarquias) que nos apoiam também. Por isso afirmo, muitas vezes, o que me perguntou numa questão anterior “o nosso lucro são as pontes que estabelecemos com a comunidade” e sinceramente é esse, muitas vezes, o espírito que falta no nosso país. O sentimento de comunidade, o sentimento de união de esforços em volta dos que estão em situação de desvantagem social.

 

“(…)Apelo para que este Governo aposte no Plano Nacional para a Saúde Mental.”

 

Por fim, e porque o tema da Governação e Financiamento é muito importante, fica apenas o apelo para que este Governo aposte no Plano Nacional para a Saúde Mental, que aposte nesta reforma que já foi feita com sucesso em tudo que é país desenvolvido pelo mundo fora e que, ainda por cima, traz vantagens e poupanças económicas e financeiras enormes. Basta pensar que uma cama numa Unidade de Cuidados Continuados Integrados de Saúde Mental fica por um terço de uma cama num hospital geral (que deveria apenas tratar dos agudos!). Basta pensar que a reabilitação continuada na comunidade potencia novamente o emprego, a reintegração da pessoa e reduz a toma da medicação e os reinternamentos em mais de 50%.

 

Na visão que apresentam pode ler-se que pretendem “promover uma visão holística e eclética do Ser Humano”. No que consiste essa visão holística?

 

“O Todo é sempre maior que a soma das suas partes e as suas partes devem ser analisadas em relação e harmonia com o todo” (Émile Durkheim). A nossa visão institucional é, de facto holística, multifatorial e eclética. Quer isto dizer, por exemplo, que não podemos tratar apenas a parte clínica e da saúde. Temos que trabalhar a reabilitação em áreas como a parte social e rendimentos, o emprego, a educação, a habitação, o advocacy, a localização e contacto e a área sócio ocupacional, treino de autonomia, de lazer e valorização pessoal. Isto porque não existe um comprimido para as consequências da doença nestas pessoas (quer sejam jovens, quer sejam adultos crónicos). Não existe um comprimido para o desemprego, não existe um comprimido para o abandono escolar, não existe um comprimido para um divórcio com regulação de responsabilidades parentais que não permitem estas pessoas estarem com os seus filhos, não existe um comprimido para os problemas relacionais com a família nuclear de quem se tornam novamente dependentes, não existe um comprimido para a falta de amigos…

“Não ver o Todo, é simplesmente não ver o doente, a pessoa!”

 

Tem ainda como objetivo promover o “Advocacy, combater o estigma e a exclusão dos que estão em desvantagem social”. Como pensam fazê-lo? E de que forma podem outras instituições replicá-lo?

 

Sim, promovemos o Advocacy e considero a RECOVERY uma grande ativista a nível nacional e internacional nesta área. Vou dar alguns exemplos do que fazemos para promover o poder capacitar estas pessoas e suas famílias para advogar pelos seus direitos, liberdades e garantias: os nossos utilizadores votam em representantes com poder consultivo, têm orçamento próprio, têm palavra no plano de atividades anual institucional, no seu orçamento, no seu plano individual de intervenção, etc. Estimulamos a sua participação ativa e procuramos que eles estejam presentes em tudo o que é congressos para os quais somos convidados e/ou fazemos parte das comissões organizadoras. Por exemplo, em 2013, organizámos uma iniciativa que ficou conhecida a nível nacional como “Resgate – Art Exhibition For Mental Health” e que reuniu mais de 60 artistas plásticos nacionais, bandas conhecidas e um ciclo de conferências que contou com a presença desde reitores de universidades a cineastas, de secretários de estado a representantes e conselheiros nacionais. Os nossos utilizadores estiveram na conceção e realização de tudo e esta iniciativa acabou por ter o reconhecimento do Governo da altura como uma iniciativa de exemplo nacional.

 

De acordo com a OMS, das 10 maiores causas de incapacidade estão 5 perturbações psiquiátricas. Quais são e em que medida se tornam de tal forma incapacitante que perturbem a rotina diária do doente?

 

A Depressão é a doença mais incapacitante no mundo. Mais de 300 milhões de pessoas, ou mais de quatro por cento da população global, estavam, segundo a OMS, a viver com depressão em 2015 – um aumento de 18 por cento ao longo de um período de 10 anos (2005 a 2015). As outras são o Stress/Transtornos de Ansiedade, o Burnout, a Esquizofrenia e as Perturbações Bipolares.

 

Estima-se ainda que a depressão seja a maior causa de morbilidade nos países desenvolvidos em 2020. Como reverter ou minimizar essa potencial futura realidade?

 

Se pensarmos bem, em apenas duas gerações, o mundo mudou radicalmente em várias áreas da vida do ser humano. Os jovens mudaram muito, mas muitos organismos (ex.: educação) pouco mudaram. A melhor forma de minimizar estes problemas são a aposta em reformas estruturais que se adaptem à quarta revolução industrial que estamos a viver no mundo. Reformas estruturais que não tenham “vista curta” simplesmente a pensar em eleições, mas que sejam feitas a pensar nas gerações presentes e futuras.

 

“Reformas na Educação, na Justiça, na Saúde, na Segurança Social e no sistema político em si.”

 

Só como um todo conseguimos mitigar os problemas nas partes que estão a dar problemas! No entanto, reforço que uma das formas de mitigar e minimizar os problemas graves de saúde mental no nosso país seria apostar fortemente na concretização do Plano Nacional para a Saúde Mental, que já teve que ser estendido no tempo em que estivemos em resgate financeiro (troika), mas que provavelmente terá que ser novamente estendido.

 

Numa frase – é preciso apoio político, mais investimento púbico e privado e reformas estruturais na saúde mental!

 

A doença mental é a maior causa de reformas antecipadas, pensões de invalidez e baixas no trabalho. Porque acha que isso acontece?

 

O mundo está em permanente mudança, o que é hoje noticiado como uma notícia de manhã pode já nem ser notícia num jornal da noite. A sociedade globalizada acabou por trazer muito desenvolvimento económico e social, contudo, as trocas comerciais, o paradigma tecnológico, assim como a gestão, pública e empresarial, centrada em objetivos padronizaram estilos de vida por todo o mundo e alteraram a forma como as empresas funcionam e operam atualmente e, inclusive, a forma como as nossas crianças e jovens se desenvolvem como seres humanos.

 

“30% os europeus afetados por stress”, causando uma perda de “mais de um milhão de dias úteis de produtividade por ano.”

 

Atualmente, são mais de 30% os europeus afetados por problemas relacionados com o stress, o que resulta na perda de mais de um milhão de dias úteis de produtividade por ano. De salientar, ainda, que as principais causas de baixas no trabalho são relacionadas com problemas de saúde mental, por serem simultaneamente causa e consequência do stress nas pessoas. O stress tem custos intangíveis se o associarmos aos custos com a produtividade e está claramente comprovado que as pessoas não estão a aguentar um estilo de vida muitas vezes demasiado competitivo, sagaz e individualista.

 

“Um orçamento de 3% do bolo da saúde para a saúde mental não concretiza reforma nenhuma. Precisamos de (…) 11%.”

 

Falta também investimento político e investimento público na Saúde Mental, que não pode continuar a ser o parente pobre da saúde. Um orçamento de 3% do bolo da saúde para a saúde mental não concretiza reforma nenhuma, é apenas um paliativo. Precisamos de ter investimento na ordem dos 11% como acontece noutros países desenvolvidos.

 

Segundo a instituição, “a dificuldade de respostas dos serviços a este fenómeno torna indispensável a criação de modelos integrados e adaptados às nossas exigências clínicas, como a criação de Unidades de Cuidados Continuados Integrados de Saúde Mental”. Acha que este pode ser um modelo replicável no SNS?

Como poderá esta mudança ser colocada em prática e o que falta mudar para que isto seja possível no serviço nacional de saúde?

 

Bem, o que é preciso é que as boas práticas sejam disseminadas por todo o país – do litoral ao interior, do Alto Minho ao Algarve. Temos de ter uma das tipologias de Unidades de Cuidados Continuados Integrados de Saúde Mental por cada distrito, no mínimo. Estas respostas já fazem parte do SNS porque estão na Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados de Saúde Mental, por isso, o que falta é coragem política e investimento para que estas unidades de proximidade e de cuidados na comunidade surjam e respondam às necessidades da população.

 

“Faltam respostas para os crónicos e equipas de saúde mental de cuidados na comunidade que apoiem os doentes(…).”

 

Os Hospitais têm que fazer o seu trabalho, tratar agudos (também precisam de investimento e mais recursos humanos especializados como pedopsiquiatras). Faltam respostas para os crónicos e equipas de saúde mental de cuidados na comunidade que apoiem os doentes, as famílias e as organizações públicas e convencionadas do setor social. Por fim, o Conselho Nacional de Saúde publicou um documento a declarar que seriam necessárias 500 camas na área da Infância e Adolescência e cerca de 1000 nos Adultos até 2020. Infelizmente, apenas posso dizer que estamos longe, muito longe de atingir esses valores…

 

Consideram que os apoios dos mais variados órgãos da sociedade para estes indivíduos que sofrem “em silêncio”. Em que se traduz esse sofrimento se a doença mental não for atempadamente identificada e tratada?

 

A verdade é que habitualmente as pessoas, mais ainda na infância e adolescência, vivem este sofrimento, muitas vezes, num “silêncio cortante”. Com este silêncio, acabam por se isolar dos que os rodeiam, o que pode piorar bastante o seu quadro clínico e levar a comportamentos limite e de desespero.

 

“Quanto maior o investimento na prevenção, melhor o prognóstico, (…) menor probabilidade de termos doentes mentais graves, com incapacidade psicossocial e níveis baixos de autonomia.”

 

Por outro lado, aproveito para reiterar que quanto maior for o investimento na prevenção, melhor será o prognóstico em fases posteriores. Quanto maior for o investimento na infância e adolescência, maior será a probabilidade de termos menos doentes mentais graves, adultos com elevada incapacidade psicossocial e níveis baixos de autonomia no futuro.

 

“Estas pessoas (…) são vistas como sendo ‘fantasmas’ da sociedade.”

 

Estas pessoas sofrem em silêncio porque, além de terem que viver com uma doença que não é física (senão, seria melhor entendida e compreendida pela generalidade das pessoas), ainda têm que lidar com o estigma e a exclusão social. São vistos como sendo “fantasmas” da sociedade, no sentido literal do termo – ou seja, ou são “fantasmas” porque as pessoas têm medo deles (embora estes sejam nossos vizinhos e não são perigosos), ou porque são “fantasmas” porque as pessoas “fingem” que não os veem!

 

Em que medida é que a vossa associação se diferencia das demais?

 

Esta é a pergunta mais difícil de responder. Humildemente, respondo que não gosto de estabelecer comparações, nem nunca me imiscui nos assuntos de outras instituições. Não tem a ver muito comigo e, aliás, com a nossa forma de estar na defesa desta nobre causa. Gostamos de trabalhar em rede e com todos, sempre com o foco no nosso “lucro” – o bem-estar dos nossos utilizadores!

 

 EQ/SO

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