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Que futuro para os especialistas de MGF?
O percurso de um especialista em Medicina Geral e Familiar é, como o de outra especialidade, muito trabalhoso. Desde o término da faculdade até finalizar a especialidade são 5 anos dos quais 4 são de internato de formação específica. Estes são anos de muito sacrifício e que cada vez mais culminam numa colocação em zonas muito pouco desejadas e por vezes abandonadas. Será pois importante refletir sobre esta temática. Numa especialidade que tanto zela pelas relações familiares, será que não estaremos a esquecer a nossa própria família, o nosso futuro e o futuro de populações sem médico de família? Analisemos a situação de uma forma racional: Qualquer pessoa, terminando o seu curso superior e consequentemente entrando no mercado de trabalho pensará na constituição de uma família. Ora, com a grande maioria dos médicos verifica-se exatamente a mesma coisa. Terminando a sua licenciatura (atualmente mestrado integrado) e iniciando a sua vida profissional, muito provavelmente seguir-se-á uma fase da vida na qual muitos constituem a sua família. Tendo em conta o panorama de vagas dos últimos anos para colocação de especialistas de Medicina Geral e Familiar, e com a escassez de vagas abertas para algumas regiões (como por exemplo a região norte) não seria mais racional abrir mais vagas de especialidade em regiões carenciadas em detrimento das regiões não carenciadas? Como justificamos a abertura de tantas vagas de especialidade no norte quando depois não temos colocação para os especialistas? Não estaremos a ser vítimas de nós próprios? Não estaremos a criar expectativas de futuro onde não existem? Qual o futuro de um casal, já para não falar em famílias com descendentes, separado por 300 kms? Tantas vezes criticamos a abertura de vagas para o curso de medicina alegando que posteriormente não temos um país capaz de lhe fornecer uma formação complementar e abrimos vagas de especialidade em regiões que depois não temos local para os colocar. Estaremos a formar especialistas para emigrar? Não seria mais racional abrir essas mesmas vagas de especialidade em zonas carenciadas onde as pessoas constituíssem naqueles locais as suas famílias e posteriormente ficassem motivadas a ficar a trabalhar naqueles locais? Será racional colocar um especialista num local privado da sua própria família e como tal onde se encontrará completamente desmotivado? Na minha opinião está ai uma forma de conseguir resolver parte dos problemas, a abertura de vagas de especialidade em regiões carenciadas de médicos de família.