8 Ago, 2019

BE pede explicações ao Governo sobre morte de recém-nascido

O Bloco de Esquerda (BE) pediu explicações ao Governo relativamente à morte do recém-nascido filho da grávida transferida do Algarve

Num requerimento assinado pelo deputado Moisés Ferreira, o grupo parlamentar do BE pede ao Governo “as conclusões e o relatório do inquérito que vier a ser aberto à morte do recém-nascido no Hospital Fernando da Fonseca depois de transferido pelo Hospital de Faro por, alegadamente, falta de incubadoras”.

No texto, o bloquista refere que “há, antes de mais, que lamentar profundamente o falecimento deste recém-nascido e que deixar uma mensagem de pesar e de solidariedade à família”.

Já o Ministério Público, o Centro Hospitalar do Algarve e o Hospital Amadora-Sintra decidiram abrir inquéritos à circunstâncias da morte deste bebé.

Na ótico do BE “também há que acionar os mecanismos inspetivos, nomeadamente a Inspeção Geral das Atividades em Saúde [IGAS], para que se audite e investigue a correção ou não das decisões e procedimentos tomados”.

Salientando que “se devem averiguar as circunstâncias desta morte”, o deputado Moisés Ferreira questiona “qual a razão para a grávida não ter sido intervencionada em Faro, hospital onde se dirigiu” e porque foi “transferida para quase 300km de distância”, querendo saber se “ foi a falta de meios ou de profissionais que determinou esta decisão” e se “a transferência teve impacto no desfecho deste caso”.

“O Bloco de Esquerda considera que o Ministério da Saúde deve acionar as entidades inspetivas para que estas e outras questões sejam respondidas. E requer ainda que as conclusões do relatório, assim que existam, sejam enviadas ao grupo parlamentar”, refere o requerimento destinado a esse ministério.

O Bloco assinala que “Portugal é um dos países do mundo com melhores indicadores de saúde materno-infantil”.

“É assim que queremos que continue, como um dos melhores. Por isso é preciso averiguar toda esta situação para detetar erros e problemas”, vinca o partido.

Ao mesmo tempo, o BE colocou também uma pergunta ao Ministério da Saúde, reforçando a questão se a tutela vai “acionar as entidades inspetivas competentes” e “por que razão não o fez antes”.

Para o deputado Moisés Ferreira, que também assina este texto, é importante saber igualmente quando é que o Governo “terá as conclusões do inquérito, nomeadamente o que vier a ser aberto pela IGAS”.

Fonte oficial do Ministério da Saúde disse à agência Lusa que continua a “acompanhar a situação junto dos hospitais, aguardando os resultados das diligências de averiguação em curso”.

A grávida, de 32 semanas de gestação, foi transferida de Faro para o Amadora-Sintra em 02 de agosto, sem que ainda estejam explicitadas oficialmente as razões da transferência.

Numa resposta à Lusa, o hospital Amadora-Sintra refere que a grávida foi “prontamente assistida” e teve “todos os cuidados de saúde considerados necessários”.

O Correio da Manhã noticiou hoje a morte do bebé, referindo que a grávida foi transferida do hospital de Faro por insuficiência de meios face à sua condição clínica.

Fontes ligadas ao caso confirmaram ainda à agência Lusa que a grávida apresentava um quadro de pré-eclâmpsia, que se traduz em hipertensão na gravidez, e de descolamento da placenta.

SO/Lusa

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