5 Ago, 2019

Hospital e Politécnico de Leiria desenvolvem projeto de traqueias artificiais

O Centro de Investigação do Centro Hospitalar de Leiria prepara-se para desenvolver um projeto na área da pneumologia para a criação de traqueias artificiais em conjunto com o Politécnico de Leiria.

“Neste momento, estamos a arrancar com um projeto que pode levar à criação de uma coisa completamente nova em traqueias artificiais. É um desafio enorme e uma necessidade. Os doentes que são operados a um cancro na laringe ficam com traqueostomias. Os tubos que eles têm são imperfeitos”, explicou à agência Lusa o diretor do Centro de Investigação do Centro Hospitalar de Leiria (CHL), João Morais.

O também diretor do Serviço de Cardiologia do CHL explicou que o projeto será desenvolvido em parceria com o Politécnico de Leiria e com uma empresa, e que levará “à criação de próteses completamente diferentes”.

“Imagina-se sempre este tipo de coisas nos Estados Unidos da América, mas isto é possível em Leiria e em rede. É impossível investigação de qualidade a ‘olhar para o umbigo'”, acrescentou.

João Morais salientou que os projetos que o centro desenvolve são realizados em parcerias com outras instituições.

“Se hoje quero fazer investigação de qualidade, tenho de estar em rede e de trabalhar com outros. Eu tenho os doentes, os outros têm a tecnologia ou os materiais”.

O Centro de Investigação do CHL tem cinco anos: João Morais sublinhou que a “investigação dá rigor” e essa é uma das mais-valias de realizar estudos num hospital que não é universitário.

“Um jovem médico que colabore em ensaios clínicos e projetos de investigação, no dia em que estiver a ver o seu doente, vai abordá-lo com o mesmo rigor que faz no ensaio clínico”.

João Morais afirmou que o hospital sempre investigou, mas “uma investigação estruturada e organizada nasceu em 2014, com criação do Centro de Investigação”.

“E isso permitiu-nos não só organizarmo-nos internamente, mas também a abrir as portas para o exterior. Temos parcerias com entidades universitárias, académicas, politécnicas, que dificilmente conseguiríamos se não fosse isto. Demos um grande salto e hoje somos reconhecidos. Temos muita gente a contactar-nos a pedir colaborações. Querem trabalhar connosco, isso é prestigiante para nós, mas também torna o hospital melhor”.

SO/Lusa

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