27 Jun, 2019

Ordem dos Médicos acusa Ministério de mentir sobre concurso

Ordem acusa o governo de criar uma "ilusão" com o anúncio relativo à "abertura de concurso” para 167 vagas em zonas carenciadas.

“É mais uma inabilidade e mais uma notícia falsa do Ministério da Saúde para enganar os portugueses. É completamente falso que haja abertura de um novo concurso. É mais uma mentira”, afirmou à agência Lusa o bastonário Miguel Guimarães.

Também já hoje, o Sindicato Independente dos Médicos afirmou que os 167 médicos que o Governo anunciou na terça-feira que vai recrutar fazem parte das vagas do concurso lançado em maio e considerou que se trata de “publicidade enganosa”.

Na prática, as 167 vagas fazem parte de concursos já abertos, sendo que o Ministério da Saúde definiu, entretanto, quais as zonas carenciadas de recursos médicos.

Além de criticar a forma como o anúncio foi feita, tentando criar ilusões nas pessoas, a Ordem dos Médicos critica ainda a forma como estão a ser dados incentivos a clínicos para se fixarem em zonas periféricas.

“Só hoje já recebi várias declarações de médicos, mais de 20, por causa da qualificação das vagas como carenciadas. Com os incentivos [propostos] não vão conseguir resolver o problema das zonas mais periféricas, além de que muitos dos médicos, nesta altura, já escolheram as suas vagas”, afirmou Miguel Guimarães.

“Os médicos selecionados sabem que, pela celebração do contrato de trabalho, caso tenham escolhido/escolham um dos 167 postos identificados como vagas carenciadas, têm direito a um suplemento remuneratório, pago 12 meses por ano, durante 3 anos, correspondente a 40% do vencimento base da carreira”, refere a resposta do Ministério.

O bastonário encara a forma como este anúncio foi feito na terça-feira como uma eventual tentativa de contornar a polémica dos últimos dias relativa à proposta de encerramento rotativo dos serviços de urgência externa de quatro maternidades de Lisboa durante o verão.

Quanto a esse assunto, Miguel Guimarães garante que caso avance a rotatividade irá “responsabilizar a ministra da Saúde por qualquer coisa que possa acontecer a uma grávida”. “Os erros políticos na área da saúde também têm de se pagar. Já chega os médicos e os enfermeiros serem o bode de expiatório”, declarou à Lusa.

SO/LUSA

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