15 Mai, 2019

A Hepatite C em pessoas que injetam drogas

O presidente do Instituto Kirby centrou a sua apresentação na importância que as pessoas que utilizam drogas administradas por via endovenosa têm na eliminação da Hepatite C.

O ‘Community Hub’ – um espaço promovido pela Gilead na 26.ª edição da Harm Reduction International contou ainda com a presença de Jason Grebely, presidente do Instituto Kirby, da Faculdade de Medicina da Universidade de New South Wales, na Austrália.

O especialista centrou a sua apresentação na importância que as pessoas que utilizam drogas administradas por via endovenosa têm na eliminação da Hepatite C (VHC). O professor associado forneceu alguns dados particularmente relevantes, nomeadamente o de que de entre os 71 milhões de pessoas infetadas pelo VHC, 6,1 milhões são referentes a pessoas que injetam drogas, o que aponta para uma taxa de prevalência de 39%. Para além do mais, as pessoas com um histórico recente de consumo de drogas “retêm” 8,5% de todas as infeções por VHC.

Outro aspeto explorado por Jason Grebely foi o de que 80% de todas as infeções são provenientes de 25 países e que quatro países (Rússia, Estados Unidos, China e Brasil) são responsáveis por metade das infeções mundiais de Hepatite C.

No Porto, de Jason Grebely defendeu que a terapia agonista opiácea, assim como programas de troca de seringas, são altamente eficazes no combate à infeção.

Outro aspeto salientado pelo especialista na sua apresentação foi a eficácia da terapia com antivirais de ação direta: “Na análise de meta-regressão, os ensaios clínicos foram significativamente associados a uma maior resposta à terapia”.

Quanto aos desafios para a eliminação da Hepatite C junto da comunidade de utilizadores de drogas por via endovenosa, Jason Grebely defendeu a necessidade de encorajar os parceiros a desenvolverem modelos de serviços de saúde que sejam acessíveis a este grupo de pessoas. “É igualmente necessário advogar a expansão dos serviços de redução de danos, como a prevenção de infeção e reinfeção e implementar novas estratégias para melhorar os testes de hepatite C e a sua vinculação aos cuidados médicos”, afirmou.

Eliminar o estigma, a discriminação e violência para com este grupo de risco e garantir a provisão de terapia de substituição foram igualmente debatidas. “Agir regional, mas pensar global”, disse Jason Grebely.

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