6 Mai, 2019

Primeira bolsa de investigação sobre Osteoporose entregue em Vilamoura

A primeira bolsa de investigação sobre osteoporose foi entregue no dia 4 de maio no Centro de Congressos de Vilamoura, no Algarve, distinguindo um projeto interdisciplinar sobre a influência do estilo de vida no pré e pós-diagnóstico da doença.

A bolsa, no valor de 10 mil euros, foi criada pela Sociedade Portuguesa de Reumatologia (SPR), a Sociedade Portuguesa de Osteoporose e Doenças Ósseas Metabólicas (SPODOM) e a Associação Nacional contra a Osteoporose (APOROS), disse à Lusa fonte ligada à atribuição da bolsa.

“Osteoporose: Influência do estilo de vida no pré e pós-diagnóstico em utentes da Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) de Seia” é o projeto vencedor da primeira edição da bolsa, um projeto interdisciplinar que reúne profissionais da área da Medicina, Biologia, Antropologia e da Bioestatística.

“O interesse desta investigação assenta no facto de se pretender estudar, integrar e correlacionar um amplo espetro de informação sobre o pré e o pós diagnóstico de Osteoporose, obtida a partir de duas figuras essenciais, isto é, dos dois principais “atores” com relevo neste contexto: o doente e o médico”, adianta a mesma fonte, em comunicado.

Para a sua execução, este projeto está dependente de uma colaboração entre a Unidade Local de Saúde da Guarda (ULS Guarda), a Universidade de Coimbra (FCTUC) e o Centro de Investigação em Antropologia e Saúde (CIAS).

Segundo a equipa vencedora, o principal objetivo do trabalho é “estudar a influência do estilo de vida no aparecimento de osteoporose e na evolução da patologia após o diagnóstico” em doentes inscritos na Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) de Seia.

Aquando da ida à consulta de Medicina Geral e Familiar (MGF), os doentes com osteoporose diagnosticada são convidados a participar no estudo, tendo de responder a dois questionários e a submeter-se a uma entrevista.

A seleção de Seia, concelho localizado na vertente oeste da Serra da Estrela, no distrito da Guarda, como local de estudo prendeu-se com determinadas características ambientais, socioeconómicas e demográficas deste meio que suscitaram um particular interesse no contexto da investigação em curso.

Entre elas contam-se “a elevada altitude, o clima rigoroso, a acessibilidade condicionada por redes viárias deficitárias e por uma muito fraca oferta de transportes públicos, meios de subsistência muito ligados à pastorícia, assim como visíveis características de interioridade”, entre outros, enumeram os vencedores do projeto.

As fraturas osteoporóticas atingem cerca de 7% das pessoas com a doença óssea, mas representam 61% do encargo atribuível à doença, que afeta uma em cada cinco mulheres, depois da menopausa, e um em cada oito homens. O número global de casos tem vindo a aumentar com o envelhecimento da população.

Em Portugal, a osteoporose está na origem de 40 mil fraturas por ano, as quais têm um impacto substancial que pode ter como última consequência a redução na sobrevivência.

LUSA/SO

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