Imunosupressores são viáveis para pacientes com historial de cancro
As terapias imunossupressoras nos pacientes com doença inflamatória intestinal com historial clínico de cancro não aumenta a probabilidade de se desenvolverem novos tumores malignos.
As terapias imunossupressoras nos pacientes com doença inflamatória intestinal (DII) com historial clínico de cancro não aumenta a probabilidade de se desenvolverem novos tumores malignos. Esta é a mais recente conclusão de um estudo publicado no American Journal of Gastroenterology este mês.
“Apesar da falta de diretrizes específicas sobre esta questão, os resultados do estudo sugerem que iniciar estas terapias em pacientes com cancro não relacionados à imunossupressão (ou seja, que nunca foram expostos a essas drogas) parece ser seguro”, afirmam os investigadores no jornal científico de gastroenterologia.
De acordo com a opinião da médica Miriam Manosa e de alguns dos seus colegars, do HU Germans Trias I Pujol in Badalona, Espanha, na sua “opinião, a exposição prévia a estas terapias deve ser alvo de estudo em futuras investigações”, devendo este facto ser tido em conta para que se estabeleçam normas.
Os autores do estudo analisaram os dados do Grupo de Trabalho Espanhol no Registro ENEIDA do IBD, que incluem 520 pacientes com DII que não tinham sido expostos às terapias imunossupressoras antes do diagnóstico de cancro, incluindo 146 (27%) tratados subsequentemente com tiopurinas e/ou fator de necrose tumoral (TNF, sigla em inglês) e 374 (73%) que não foram expostos a qualquer tratamento durante o seguimento.
Entre a população de estudo que foi exposta aos tratamentos, 62% receberam apenas tiopurinas, 34% tiopurinas e anti-TNF combinados e apenas 4% anti-TNF.
As incidências de cancro registaram-se em 16% do grupo exposto e em 18% do grupo não exposto aos tratamentos. Também a taxa de sobrevida do grupo exposto após um ano foi de quase 100% (99%, para ser mais preciso), tendo diminuído quando o período duplicou (98% para dois anos) e terminando com a elevada percentagem de 97% de sobrevida em cinco anos, maior do que a do grupo não exposto para a taxa de sobrevivência a um, dois e cinco anos (97%, 96% e 92%, respetivamente).
“O presente estudo confirma que as Terapias imunosupressoras em pacientes com DII pode ser usado com segurança além de 5 anos após o diagnóstico de cancro e que essas terapiras (incluindo tiopurinas isoladas ou em combinação com agentes anti-TNF) não parecem aumentar o risco de novos cancros ou reincidências nestes doentes”, conclui a equipa de cientistas.
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