30 Abr, 2019

Mortalidade infantil continua a aumentar e DGS não sabe porquê

Em janeiro, indicador disparou mais de 30%, depois de ter subido 23% no ano passado. DGS criou grupo de trabalho para analisar as causas mas não sabe explicar tendência.

A tendência de aumento das mortes de crianças com menos de um ano registada em 2018 parece continuar este ano. Em 2018, morreram 281 crianças, mais 52 do que em 2017. Em janeiro deste ano, a taxa de mortalidade infantil voltou a subir mais 30%, segundo o Correio da Manhã.

Nesse mês morreram 30 crianças, quando em janeiro do ano passado tinham-se registado 23 óbitos. A maior subida aconteceu nos bebés do sexo masculino, que representaram dois terços das mortes. O agravamento da mortalidade no início deste ano em 30,4% segue-se a um aumento de 23% do indicador entre 2017 e 2018 – o que representa um aumento de 2,7 para 3,2 óbitos por cada mil nados vivos.

Embora seja cedo para tirar conclusões, a manter-se este aumento durante o corrente ano, Portugal pode voltar a voltar a uma taxa de mortalidade infantil na ordem dos 4 por cada mil nados vivos (recuando a valores de 2003). Desse ano para cá, este indicador tem oscilado e chegou a atingir o ponto mais baixo em 2010 (2,5). Nos últimos cinco anos, só por uma vez tinha ultrapassado os 3 óbitos/mil.

Perante os números, Direção Geral de Saúde criou um grupo de trabalho, composto por 21 especialistas, para analisar a as causas do aumento. Contudo, quando foi chamada ao parlamento, a diretora-geral de Saúde  disse aos deputados que “não se identificaram causas que justifiquem o aumento”. Graças Freitas admite que as causas sejam multifatoriais, relacionadas com os perfis das gravidezes.

Tiago Caeiro

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