25 Mar, 2019

Consumo de medicamentos antitabágicos aumentou 17% em 2018

O consumo do medicamento antitabágico aumentou 17 % em 2018, num total de encargos para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) de 1,2 milhões de euros

Segundo os dados do Infarmed, este valor de 1,2 milhões de euros traduz um aumento de 19% face a 2017.

Para o instituto, significa “um investimento da prevenção antitabágica, a par de diversas outras medidas e que tem um impacto direto e indireto na saúde pública de largos milhões de euros, sobretudo em tratamento e internamento de patologias associadas, como o cancro do pulmão ou a doença pulmonar obstrutiva crónica”.

Estes são dados que resultam da monitorização do consumo de medicamentos antitabágicos pelo Infarmed, que teve como objetivo compreender a sua evolução desde 2016, com particular enfoque na vareniclina, uma vez que foi comparticipado pelo Estado português, adianta o Infarmed.

“A vareniclina é a denominação comum internacional (não comercial) para um medicamento sujeito a receita médica que já existia à venda nas farmácias antes de 2016, mas que não era comparticipado. O estudo analisa comparativamente a nicotina que é um outro medicamento, mas não sujeito a receita médica, de preço livre e que pode ser adquirido, além de nas farmácias, em locais de venda autorizados”, explica uma nota hoje divulgada pelo Infarmed.

Apesar de a nicotina continuar a ser a substância mais vendida na cessação tabágica, a vareniclina tem vindo a ser cada vez mais dispensada, com um total e 59 mil embalagens em 2018, que reflete o tal crescimento de 17% em relação ao período homólogo.

De 2016 para 2017, a comparticipação já tinha feito quase duplicar as vendas, de 33.231 embalagens para 64.286, adiantam os dados do Infarmed.

O estudo permite verificar picos de consumo em janeiro, refletindo possivelmente “resoluções de ano novo”.

Acompanhando a prevalência superior de consumo de tabaco nos homens em relação às mulheres, observa-se maior dispensa de vareniclina ao sexo masculino (55%).

A maioria das embalagens dispensadas deste medicamento sujeito a receita médica destina-se a pessoas com idades entre os 40 e os 59 anos, acompanhando também as prevalências superiores do consumo de tabaco nestas faixas etárias, de acordo com o Infarmed.

O consumo de tabaco é um dos problemas mais graves na saúde pública à escala mundial, afirma o instituto, acrescentando que em Portugal, no ano de 2017, morreram 12 mil pessoas por doenças atribuíveis ao tabaco, sendo que em 2018, 46,4% das mortes no país ocorreram devido a doenças pulmonares obstrutivas crónicas.

LUSA

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