18 Fev, 2019

Prevalência de VIH/SIDA diminuiu para 0,6% em Cabo Verde

A taxa de prevalência do VIH/SIDA em Cabo Verde diminuiu 0,2 pontos percentuais entre 2005 e 2018, para 0,6%, segundo dados de um estudo apresentado hoje, que indica que a prevalência é maior nas mulheres.

Segundo os resultados preliminares do Terceiro Inquérito Demográfico e de Saúde Reprodutiva (IDSR – III), do Instituto Nacional de Estatística, do total de quase 6.000 indivíduos testados, registou-se uma taxa de seroprevalência de 0,6%. Os dados revelaram que a prevalência é maior nas mulheres, 0,7%, contra os 0,4% nos homens, comparativamente aos resultados registados no último inquérito, em 2015, em que maior prevalência era nos homens (1,1%) contra os 0,4% nas mulheres.

Para o inquérito, recolheu-se sangue capilar na metade dos agregados da amostra, para os testes de anemia e do VIH, em que 5.930 indivíduos foram testados, sendo 2.832 mulheres de 15 a 49 anos e 3.098 homens de 15 a 59 anos.

Em declarações aos jornalistas, o diretor nacional de Saúde, Artur Correia, disse que a diminuição da prevalência da SIDA é “um grande ganho para Cabo Verde”, que permite ao país caminhar “com segurança” para a estratégia da eliminação da transmissão de mãe para filho no horizonte de 2020.

Em 2005, Artur Correia disse que Cabo Verde aparecia como “um caso à parte” em África, visto que a prevalência da SIDA era maior nos homens, mas salientou que era previsível que a feminização da infeção, que acontece a nível mundial, aconteceria também em Cabo Verde.

“Não é com surpresa que constatamos que essa tendência de feminização da epidemia também está a acontecer em Cabo Verde”, disse Artur Correia.

O diretor nacional de Saúde avançou que há “programas fortíssimos” de prevenção da transmissão a nível das mulheres, bem como estratégias de proximidade às populações de maior risco, que demonstraram também que já há diminuição da transmissão a esse nível.

“As estratégias são boas e vamos melhorar ainda mais. Mas podemos dizer que os resultados apontam que estamos num bom caminho e que essa diminuição da taxa de infeção da população que acontece é graças aos trabalhos dos profissionais de saúde, dos diferentes atores de outros Ministérios, das câmaras municipais, das ONG [organizações não-governamentais]”, enumerou.

A recolha de dados para o inquérito foi feita por 18 equipas nos 283 distritos de recenseamento do país, tendo sido entrevistados 6.741 agregados familiares com uma taxa de respostas a nível nacional de 98% entre as mulheres dos 15 aos 49 anos.

LUSA

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