25 Jan, 2019

Entrevista ao Prof. Doutor Manuel Carrageta: “Estas Jornadas são de atualização e aprendizagem mútua”

Pelo 34º ano consecutivo, as Jornadas de Cardiologia, Hipertensão e Diabetes, Promovidas pelo Instituto de Cardiologia Preventiva de Almada (ICPA), juntaram cardiologistas, médicos de família e internistas,

Pelo 34º ano consecutivo, as Jornadas de Cardiologia, Hipertensão e Diabetes, Promovidas pelo Instituto de Cardiologia Preventiva de Almada (ICPA), juntaram cardiologistas, médicos de família e internistas, num evento com uma filosofia própria, assegura o presidente das Jornadas, Professor Doutor Manuel Carrageta, que é também presidente do ICPA.

“[As Jornadas] não são para os clínicos gerais, mas com os clínicos gerais. Em todos os painéis temáticos há sempre uma presença paritária de médicos de família e cardiologistas”. Em entrevista ao SaúdeOnline, o cardiologista recorda que estas Jornadas “foram as primeiras no país a promoverem a ligação e interação entre uma especialidade hospitalar, a cardiologia, e a Medicina Familiar”.

Reforçando a importância de “qualquer médico de família ter de dominar as patologias cardiovasculares”, Manuel Carrageta reafirma o caráter inter-relacional do evento. “Vamos aprender uns com os outros”, afirma.

“A patologia cardiovascular é muito frequente. São as patologias dominantes e, por isso mesmo, [os médicos de família] são confrontados diariamente com este tipo de patologia, que é, aliás, a principal causa de morte da população portuguesa”, alerta.

Uma das causas mais frequentes de internamentos hospitalares é a insuficiência cardíaca – nas pessoas com mais de 65 anos é mesmo a principal causa. Por isso, diz o cardiologista, é essencial que seja levado a cabo um trabalho de equipa, entre os médicos de família e os especialistas hospitalares.

“São doentes que voltam para a comunidade, têm recaídas e depois voltam ao hospital. Portanto, tem de haver uma relação muito boa entre o que médico que está no ambulatório e o médico que se encontra no hospital, que é o que vai tratar os agravamentos. Estas Jornadas representam, no fundo, esse trabalho de equipa”, salienta o médico, que é também presidente da Fundação Portuguesa de Cardiologia.

Este ano, as Jornadas voltaram a contar com uma participação muito significativa de médicos, a rondar os 600 participantes. “Sendo a primeira reunião a realizar-se no país, logo no início de janeiro”, rapidamente passou de uma organização de âmbito local para nacional, “com participação de colegas vindos de todos os cantos do país”, realça o cardiologista.

O Prof. Dr. Manuel Carrageta considera que o evento tem, ao longo dos anos, servido para melhorar a relação entre médicos de família e cardiologistas. “Antes de realizarmos estas jornadas, nos hospitais, criticavam-se os médicos de família e os médicos de família diziam que os hospitais não davam apoio. Não havia uma boa relação entre uns e outros. As Jornadas nasceram dessa necessidade. E por isso é que estas Jornadas são de colaboração e de aprendizagem mútua”.

Saúde Online 

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