22 Jan, 2019

São José é o hospital mais afetado pela greve dos enfermeiros

A greve dos enfermeiros na região de Lisboa e Vale do Tejo está a registar hoje uma adesão de 68%, segundo o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, que convocou a paralisação.

A greve dos enfermeiros na região de Lisboa e Vale do Tejo está a registar hoje uma adesão de 68%, segundo o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, que convocou a paralisação. O presidente do Sindicato, José Carlos Martins, indicou aos jornalistas que o hospital com maior adesão foi o de São José, do Centro Hospitalar de Lisboa Central.

Para o dirigente sindical, a adesão de 68% “traduz a grande onda de insatisfação dos enfermeiros”. “O Hospital com maior adesão foi o São José, em Lisboa, com 82%, o [hospital] de Abrantes com 80% e o mais baixo foi [o hospital] de Santa Cruz apenas com 18%”, disse, adiantando que os serviços mais afetados foram as consultas nos centros de saúde e os blocos operatórios nos hospitais.

Cerca de meia centena de profissionais concentraram-se hoje de manhã numa ação de protesto junto à Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, em Lisboa. “Governo escuta, enfermeiros estão em luta” ou “Enfermeiros de excelência estão sem paciência” são algumas das palavras de ordem gritadas durante o protesto.

“Estes dirigentes e delegados sindicais vêm dizer que não vão desistir de uma justa luta”, disse José Carlos Martins, adiantando os 68% de adesão nos hospitais de Lisboa, Setúbal e Santarém “evidenciam bem o descontentamento dos enfermeiros, desde logo exigindo a justa contagem dos pontos para efeitos de progressão”.

Segundo o dirigente sindical, há 13 a 15 mil enfermeiros que foram reposicionados em 1.200 euros em 2011 e que o Governo não pretende considerar o seu percurso profissional.

A acontecer esta situação, haverá “duas consequências práticas”: os enfermeiros “só saltarem de salário em 2025” e os profissionais que entrarem hoje nos serviços ficam “a ganhar o mesmo que colegas com 22, 23, 24 anos de serviço, o que é inadmissível”.

O presidente do SEP disse esperar que com a greve, que está a ser feita em tempo útil, “o Governo ceda ainda na reunião de negociação suplementar para resolver algumas questões”, como a correta contagem dos pontos e a “aposentação mais cedo”.

“Se nada for feito, vamos avaliar o novo quadro e o que queremos vamos fazer a seguir. Naturalmente, teremos que intervir junto do primeiro-ministro e depois junto do Presidente da República”, salientou.

A greve de quatro dias convocada pelo SEP, que teve início hoje, visa também protestar contra o encerramento do processo negocial sobre a carreira. A greve geral decorrerá nos turnos da manhã e da tarde nas instituições de saúde do setor público até sexta-feira e será feita por regiões de saúde.

Hoje, a greve decorre nos hospitais e centros de saúde da Administração Regional de Saúde (ARS) de Lisboa e Vale do Tejo, na quarta-feira na ARS do Centro, no dia seguinte na ARS do Norte e na sexta nas regiões do Algarve, Alentejo e Açores.

LUSA

Print Friendly, PDF & Email
ler mais
Print Friendly, PDF & Email
ler mais