Demitiram-se os chefes do serviço de urgência do Hospital Dona Estefânia
Bastonário dos médicos está a visitar o hospital. Plano da administração, que previa contratação de 12 especialistas, não estará a ser cumprido. Ministra da Saúde está a acompanhar o caso.
Os chefes de equipa de urgência do Hospital de D. Estefânia apresentaram a demissão à administração por quebra de compromisso por parte da instituição, segundo avança a Ordem dos Médicos da Região Sul, através do seu gabinete de comunicação.
O bastonário dos Médicos está a visitar o hospital na manhã desta terça-feira e revelou, em declarações à TSF, que em causa estão nove chefes do serviço de urgência e o respetivo coordenador do serviço.
Na origem da demissão está, segundo Miguel Guimarães, o não cumprimento, por parte da administração do hospital, de um plano, prometido há mais de um ano, que “previa a contratação de médicos especialistas para suprir as graves carências de recursos humanos”.
Os clínicos que saem não têm sido substituídos, o que tem originado “exaustão, desmotivação dos profissionais e milhares de horas de urgência realizadas para além da escala legal”, explica o bastonário.
Confrontada esta manhã com estas demissões, a Ministra da Saúde disse que vai acompanhar a situação dos pedidos de demissões de responsáveis clínicos mas referiu que não tem muitas informações sobre o caso.
A ministra disse ainda que as demissões de responsáveis hospitalares podem ser vistas de duas formas: “ou como sinais de que algo não vai bem ou como formas de descredibilizar o sistema”. “Prefiro sempre encará-las como sinais de que algo não vai bem e que é preciso melhorar”, disse aos deputados.
Bastonário pede soluções
O bastonário dos médicos apelou a Marta Temido para que resolva “a situação complicada” do hospital Dona Estefânia. “Estes médicos pediram a demissão porque neste a situação no serviço de urgência é muito complicada”, disse o bastonário, apresentando como exemplo da falta de pessoal o facto de os planos de contingência do hospital não conseguirem ser assegurados entre 90 a 100 por cento.
“A tutela sabe desta situação e não pode ignorar as necessidades deste hospital que serve uma população pediátrica importante e ninguém do ministério falou com os clínicos demissionais”, acrescentou.
Miguel Guimarães aproveitou a ocasião para fazer um apelo à ministra da Saúde para que conheça a situação do hospital pediátrico e afirmou que há médicos que estão dispostos a trabalhar no hospital.
“A falta de médicos é uma realidade incontornável neste hospital e a isso junta-se a falta de enfermeiros e de assistentes operacionais temos uma situação complexa e merece a atenção de quem tem responsabilidade política”, afirmou.
Saúde Online / LUSA