6 Dez, 2018

Sobrinho Simões fala em “mobilização impressionante” em torno da ala pediátrica do S.João

O médico Sobrinho Simões, que subscreveu o abaixo-assinado pela construção da nova ala pediátrica do hospital São João, no Porto, considera “impressionante” a mobilização de cidadãos de “todos os quadrantes” em torno desta “causa”.

“É um exemplo único. O impressionante foi ver a mobilização de pessoas de todo o país em torno de uma causa tão nobre como esta”, afirmou Manuel Sobrinho Simões durante a conferência de imprensa para fazer o balanço do abaixo-assinado, na quarta-feira.

O abaixo-assinado para proclamar que é tempo de avançar de imediato com a construção da nova ala pediátrica do hospital São João, juntou 27 mil assinaturas, anunciou hoje um dos responsáveis.

O documento, iniciativa do movimento cívico informal “Pelo Joãozinho”, vai ser enviado ao Governo de António Costa, à Assembleia da República e à Presidência da República, de forma a lembrar a “justeza e urgência” desta obra, afirmou o porta-voz do movimento, Júlio Roldão.

A recolha de assinaturas decorreu entre 5 de setembro e 7 de outubro e, entre os signatários, destaque para o arquiteto Álvaro Siza Vieira, a cientista Maria de Sousa, o presidente do FC Porto, os artistas e escritores Carlos Tê, João Bicker e Manuela Espírito Santo e o bastonário da Ordem dos Médicos, José Miguel Guimarães.

O patologista assumiu ter ficado “espantado” com a mobilização das pessoas de Norte a Sul do país, que não por razões políticas ou religiosas. “Foi espantosa a adesão das pessoas e as mensagens de indignação que recebemos”, frisou.

O médico lembrou que é “assustador a fragilidade” em que as crianças estão a ser tratadas no centro hospitalar, tendo por isso conseguido “tocar toda a gente”.

Considerando que o movimento “cumpriu a sua missão”, Sobrinho Simões entende que a obra tem de ser feita o “mais rapidamente possível” porque as crianças merecem.

“Nós temos de introduzir cada vez na sociedade as pessoas, porque se pensarmos que o problema se resolve só com políticos, médicos, enfermeiros e técnicos estamos lixados”, sublinhou.

O médico reforçou que este “exemplo de cidadania” deve continuar porque esta resposta da sociedade é “necessária”.

Também presente na conferência, o porta-voz da APOHSJ – Associação Pediátrica Oncológica, Jorge Pires, contou à Lusa estar a “intermediar” a reunião entre o conselho de administração do centro hospitalar e o presidente da Associação Joãozinho, que tem a titularidade da obra.

O objetivo é conseguir chegar a um consenso para que a obra se faça sem mais atrasos e sem mais entraves.

O parlamento aprovou a 27 de novembro, por unanimidade, a proposta de alteração do PS ao Orçamento do Estado para 2019, de forma a prever o ajuste direto para a construção da Ala Pediátrica, cuja obra o diretor clínico do São João prevê arrancar em 2019 e concluir em 2021.

LUSA

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