28 Nov, 2018

Telemedicina pode colmatar em cinco anos falta de médicos que afeta 3 mil milhões de pessoas

O fundador de uma empresa norte-americana de tecnologia garante que a telemedicina pode resolver em cinco anos a falta de acesso a médicos, problema que disse afetar três mil milhões de pessoas em todo o mundo.

Numa intervenção na Cimeira Mundial Aqdar, a decorrer até quarta-feira em Abu Dhabi, Milton Chen, cofundador da VSee, disse que três mil milhões de pessoas não têm acesso a um médico.

Milton Chen referiu que, embora nos Estados Unidos da América, exista um milhão de médicos, dos quais 500 mil são especialistas, o resto do mundo vive com “apenas um par de milhões de especialistas”.

Em declarações à Lusa, à margem da Cimeira Mundial Aqdar, este responsável adiantou que os médicos estão nas grandes cidades, enquanto no campo há poucos médicos e muito menos especialistas.

Nas Filipinas, exemplificou, há cerca de 100 milhões de pessoas, metade das quais, “desde o dia em que nascem até ao dia em que morrem, não chegam a ver um único médico”. Com a telemedicina, é possível consultar um médico que esteja a quilómetros de distância, basta ter um telemóvel com internet e algum equipamento médico adaptado, salientou Chen.

Questionado sobre horizontes temporais, o fundador da VSee, empresa escolhida pela NASA para aplicar o sistema de telemedicina a bordo da Estação Espacial Internacional, disse que em cinco anos é possível mudar o panorama atual.

“Se me perguntassem há dez anos, diria que o equipamento era muito caro, custava centenas de milhares de euros. Mas hoje é muito menos caro, são poucas centenas de dólares” por um equipamento do tamanho de um caderno A5, adiantou.

Ou seja, em cada aldeia pode haver um equipamento destes, que cobre umas centenas de pessoas, por algumas centenas de dólares, exemplificou.

Chen disse que a empresa que fundou já desenvolveu projetos em países como o Iraque, a Síria, em África, nas Filipinas, na Indonésia ou no Haiti.

“Por isso, sentimo-nos confiantes de que dentro de cinco anos isto se tornará uma coisa quotidiana”, afirmou.

Organizada em colaboração entre o Governo dos Emirados Árabes Unidos e a ONU, a Cimeira Mundial Aqdar reúne desde segunda-feira e até quarta-feira especialistas, decisores e analistas de países como os Estados Unidos da América, a Rússia, a Alemanha, Singapura ou o Egito, além do país que acolhe a iniciativa.

Tem como tema “O papel do empoderamento humano no desenvolvimento de sociedades estáveis: Desenvolvimento sustentável”.

LUSA

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