27 Nov, 2018

Metade dos portugueses nunca fez o teste do VIH

Para assinalar o arranque da “Semana Europeia do Teste VIH-Hepatites”, o Expresso e a Gilead promoveram um debate em que se apelou à realização do teste do VIH e em que foi recordada a importância de continuar os esforços em áreas como o acesso aos cuidados ou a luta contra o estigma.

Cerca de metade dos portugueses nunca fez o teste do VIH e duas em cada três pessoas não controlam se estão ou não infectadas, revela uma sondagem realizada pelo jornal Expresso. Os resultados deste inquérito, realizado a mais de mil individuos residentes no continente, foram abordados no debate sobre a temática da infeção por VIH e das hepatites virais, uma iniciativa do jornal Expresso, com o apoio da Gilead Sciences.

Com moderação de Martim Silva, diretor executivo do Expresso, o debate contou com a presença de Isabel Aldir (diretora do Programa Nacional para a Infeção VIH/Sida e do Programa para a área das hepatites virais), Guilherme Macedo (Diretor do centro de Treino de Gastroentrologia e Hepatologia da Organização Mundial de Gastroentrologia e professor catedrático convidado da FMUP), Maria Antónia Almeida Santos (porta voz do Partido Socialista e vice presidente da comissão de Saúde da AR), Ricardo Baptista Leite (deputado e médico) e Ricardo Fernandes do GAT.

O director executivo do Grupo de Activistas em Tratamentos (GAT), Ricardo Fernandes, considera os dados da sondagem “muito preocupantes” e alerta que “todas as pessoas que têm comportamentos de risco, como sexo sem preservativo ou partilha de seringas, devem fazer o teste”.

Ricardo Fernandes é também o porta-voz da “Semana Europeia do Teste VIH-Hepatites”, uma semana usada para consciencializar todos os cidadãos para a importância do rastreio. O teste para o VIH é gratuito, anónimo e confidencial, sendo os resultados divulgados apenas 20 minutos depois. Basta aceder a www.redederastreio.pt para saber o local mais próximo onde poderá realizar o rastreio.

O subdiagnóstico ainda é um dos grandes desafios: estima-se que cerca de 25% dos 1,2 milhões de europeus seropositivos ainda não sabem que estão infetados. O diagnóstico precoce assume, no caso do VIH (tal como de outras infeções e doenças), especial importância, sublinha Ricardo Fernandes. “Como no caso do cancro, quanto mais cedo o apanhar, melhor é o prognóstico. No VIH, os tratamentos evoluíram muito e têm menos efeitos secundários, bastando, em muitos casos, um comprimido por dia”, explica.

Já Isabel Aldir referiu a importância de continuar e até aumentar os esforços nas áreas da referenciação, diagnóstico, acesso aos cuidados e luta contra o estigma.

Saúde Online / Comunicado

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