15 Nov, 2018

Dia Mundial do Cancro do Pâncreas. Especialistas defendem que é preciso fazer mais pelos doentes

Cristo Rei vai estar iluminado de roxo esta quinta-feira, numa iniciativa de alerta para o cancro com a taxa de mortalidade mais elevada de entre todos. Em 2020, será provavelmente a segunda causa de morte por cancro a nível mundial.

O Grupo de Investigação do Cancro Digestivo (GICD) alerta que é preciso “fazer mais” para poder mudar o futuro dos doentes com cancro do pâncreas, cujo diagnóstico significa uma perda de 98% da esperança de vida.

O alerta surge na véspera do Dia Mundial do Cancro do Pâncreas, que em Portugal afeta um número estimado em 1.300 pessoas por ano, o que o torna a quarta principal causa de morte por cancro, sendo o único cancro em que se regista um aumento da mortalidade.

Em comunicado, o presidente do GICD, Hélder Mansinho, defende a necessidade de melhorar a estratégia nacional face ao cancro do pâncreas e uma maior aposta no diagnóstico precoce e na informação dos profissionais de saúde e população.

“Portugal e a Europa têm que começar a mudar a forma como olham para o cancro do pâncreas e a desafiar a estratégia existente neste cancro em particular”, afirma Hélder Mansinho, salientando que “as pessoas continuam a chegar muito tarde ao médico e desvalorizam os sintomas da doença, o que leva a diagnósticos mais tardios e menor possibilidade de tratamento e sobrevida”.

“Em cada 100 doentes com cancro do pâncreas diagnosticado, só 20 é que conseguem ser operados e, desses 20, 16 recidiram. É um tumor com uma mortalidade quase igual à incidência”, sublinha o presidente do GICD em declarações ao Saúde Online, acrescentanto que “é um tumor que cresce silenciosamente e é muito difícil de tratar em termos de quimioterapia”.

Os doentes com cancro do pâncreas perdem 98% da sua esperança de vida no momento do diagnóstico, uma vez que é associado a uma sentença de morte, sendo a sobrevivência a cinco anos inferior a 5%. “Um diagnóstico e tratamento precoce podem levar ao aumento da sobrevivência. Mas todos temos um papel a desempenhar nesta mudança”, salienta.

O GCID junta-se à Pancreatic Cancer Europe, que desenvolve várias iniciativas na Europa para alertar a população, profissionais de saúde e decisores políticos sobre o impacto do cancro do pâncreas.

“É pelos doentes que todos temos de intervir e mudar o amanhã para que possam olhar para o seu futuro de forma mais positiva” acrescenta o presidente do Grupo de Investigação do Cancro Digestivo.

Cor amarelada da pele (icterícia), dor abdominal, dor na zona dorsal, aparecimento de diabetes, perda de peso inexplicável, alterações dos hábitos intestinais e náuseas são alguns dos principais sintomas do cancro do pâncreas.

Os fatores de risco para desenvolvimento da doença são a idade, o tabagismo que é responsável por um terço dos casos da doença, o histórico familiar de incidência desta doença, a ingestão excessiva de bebidas alcoólicas e sucessivas pancreatites.

Saúde Online / LUSA

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