25 Set, 2018

Aberto inquérito para averiguar circunstâncias de escândalo de sangue contaminado no Reino Unido

Um inquérito público para esclarecer as circunstâncias de um escândalo de sangue contaminado no Reino Unido que matou cerca de 2.400 pessoas nas décadas de 1970 e 1980 começou ontem em Londres.

Milhares de hemofílicos contraíram hepatite C e HIV na sequência de transfusões de sangue importado dos EUA e administradas sob a supervisão do NHS, o serviço público de saúde do Reino Unido.

A investigação vai procurar determinar as causas, mas também “se houve tentativas de ocultar” fatos através “da destruição de documentos ou da retenção de informações”, analisando a resposta dada na altura pelo governo britânico e pelo NHS.

O inquérito, liderado pelo juiz aposentado Brian Langstaff, está previsto durar pelo menos dois anos e meio.

Um representante das vítimas, o advogado Des Collins, disse hoje na abertura: “Para as pessoas afectadas, as suas famílias e para os grupos [que fizeram campanha para o inquérito], este é um dia que poucos pensaram que iria acontecer. Agora, as autoridades, tanto o governo como as empresas farmacêuticas, deverão ser responsabilizadas”.

A decisão de abrir um inquérito público foi tomada em 2017 pela primeira-ministra britânica, Theresa May, depois de uma investigação anterior, concluída em 2009, estabelecer que o governo deveria ter agido antes para aumentar as reservas de sangue britânico e deixar de depender de importações.

A conclusão resultou na criação de um sistema de compensação às vítimas, mas até agora não foram atribuídas responsabilidades.

Em setembro de 2017, o Supremo Tribunal de Justiça britânico autorizou as vítimas do escândalo a lançar uma ação judicial coletiva por danos.

LUSA

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