7 Set, 2018

Optometristas “indignados” com medida do governo no rastreio visual das crianças

A Associação de Profissionais Licenciados de Optometria (APLO) sente-se "profundamente indignada com a circular normativa para a realização de rastreios visuais, a crianças de 2 e 4 anos", segundo um comunicado divulgado esta quinta-feira.

A APLO critica a Direção Geral de Saúde (DGS), uma vez que esta “ignora as recomendações da Organização Mundial de Saúde para a ambliopia e erros refrativos ao não implementar cuidados primários para a saúde da visão de proximidade e na comunidade, com recurso a Optometristas nos centros de saúde”.

“Esta medida irá contribuir para o agravamento da situação atual das listas de espera de Oftalmologia, colocando em risco a saúde das nossas crianças. A medida é também contrária ao recomendado pela Organização Mundial da Saúde e pela Agência Internacional para a Prevenção da Cegueira que sugerem a integração dos Optometristas, nos centros de saúde, como o profissional responsável pelos cuidados primários para a saúde da visão”, denuncia Raúl Sousa, presidente da APLO.

“Lamentamos ainda que o processo para a elaboração da Estratégia Nacional para a Saúde da Visão, que esteve em discussão pública em julho desde ano, tenha ignorado os contributos públicos apresentados sendo pouco transparente e uma completa manobra de ilusão”, acrescentou Raúl Sousa.

A APLO defende que a integração de optometristas no Serviço Nacional de Saúde (SNS) é a melhor solução para resolver o problema “crónico” na lista de espera de Oftalmologia e “para melhorar o acesso de todos os portugueses aos cuidados necessários para a saúde da visão”.

Segundo dados da Administração Central do Sistema de Saúde, em Portugal, há uma “deficiência de meios a nível dos cuidados primários para a saúde da visão”. Só em 2017 ficaram por realizar 233.228 consultas.

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