20 Jul, 2018

Hospital de Ovar com “via verde” para exames aos 70 bombeiros locais

Hospital e Bombeiros Voluntários de Ovar assinaram hoje por via digital um protocolo que dizem "inovador a nível nacional" por garantir aos elementos da corporação uma "via verde" no acesso a exames médicos nessa unidade de saúde.

“Somos pioneiros a nível nacional neste tipo de parceria”, realça Luís Medeiros, presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Ovar. “Não é que já não existisse uma boa parceria com o hospital antes, mas agora ela é pela primeira vez formalizada e, além disso, o protocolo vai ser assinado por via digital, para evitar o uso de papel”, explica.

Luís Miguel Ferreira, presidente do conselho diretivo do Hospital Francisco Zagalo, confirma ambas as novidades: “Segundo a informação que os bombeiros nos transmitiram, o protocolo é realmente inovador porque há uma série de iniciativas médicas com este espírito, mas não com esta abrangência”.

A assinatura do acordo por via digital também se destaca como solução burocrática sustentável que incentiva à literacia tecnológica e dá seguimento a procedimentos já em uso no âmbito da digitalização dos serviços do Estado, como as receitas médicas sem papel e as aplicações telefónicas do Serviço Nacional de Saúde.

“Já tínhamos o programa ‘Hospital de Ovar Sem Papel’ e queremos continuar a promover a utilização das tecnologias de informação e comunicação neste contexto, para maior interação e dinâmica entre utentes e serviços”, explica Luís Miguel Ferreira.

Quanto às vantagens concretas do protocolo para os cerca de 70 operacionais dos Bombeiros Voluntários de Ovar, o objetivo é proporcionar-lhes acesso prioritário a um conjunto de exames essenciais para avaliação da sua condição física, agilizando também a continuidade do diagnóstico casos os resultados iniciais revelem a necessidade de testes complementares.

“Sempre tivemos muitas parcerias com o Hospital de Ovar, mas esta em específico vai permitir um atendimento personalizado aos nossos bombeiros, para que eles anualmente possam fazer exames médicos como eletrocardiogramas, análises e raios-X”, afirma Luís Medeiros.

Problemas habituais que o acordo vai permitir detetar e curar mais rapidamente serão, por exemplo, dores de costas e tendinites, considerando que o trabalhado mais realizado pelos elementos da corporação é o transporte de doentes, “que se faz 365 dias por ano, com tudo o que isso implica de carregar pessoas e macas, levantar cadeiras de rodas, etc.”.

Luís Miguel Ferreira diz que a marcação dos exames será feita por iniciativa de cada elemento da corporação e articulada com os serviços do hospital, de forma a que, logo que o bombeiro sinta que está em causa “a sua saúde e robustez física”, o diagnóstico possa realizar-se o mais rapidamente possível e privilegiando sempre “uma atitude preventiva”.

O protocolo já começou, aliás, a ser testado “a título experimental há duas semanas”, sendo que o diretor do Hospital de Ovar lhe atribui até agora “resultados muito bons”.

O presidente da Associação Humanitária dos bombeiros realça, contudo, que este esforço conjunto de apoio à saúde dos seus operacionais não pode dissociar-se da consulta de Nutrição que a Câmara Municipal de Ovar vem disponibilizando aos 70 elementos da corporação, para “os aconselhar quanto à melhor forma de se alimentarem e de manterem uma boa condição física”.

LUSA

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