19 Jul, 2018

Enterobactérias resistentes ao carbapenemos ameaçam a Europa

As infeções de bactérias resistentes aos carbapenemos – um grupo de antibióticos altamente eficaz – representam um risco significativo tanto para os cidadãos como para os sistemas de saúde em todos os países do Espaço Económico Europeu

As infeções de bactérias resistentes aos carbapenemos – um grupo de antibióticos altamente eficaz – representam um risco significativo tanto para os cidadãos como para os sistemas de saúde em todos os países do Espaço Económico Europeu/Europa, avisa o ECDC na edição de junho da “Avaliação de Risco Rápido”.

As ERC são geralmente a causa de infeções urinárias e de infeções sanguíneas em ambiente hospitalar. Estas infeções estão associadas a internamentos prolongados, tratamentos de custo elevado, falhas no tratamento e alta mortalidade, primariamente devido aos atrasos que há na administração de terapêutica adequada, assim como, pelas opções terapêuticas limitadas.

A resistência aos carbapenemos tem sido reportada com uma frequência crescente e com maior distribuição geográfica desde o princípio dos anos 90. O aumento da resistência aos carbapenemos na família das Enterobactericaeae – ou Enterobactericaeae Resistentes aos Carbapenemos (ERC) – representa uma ameaça para os cuidados de saúde e para a segurança dos doentes.

“Devemos ficar bastante preocupados com o aumento da resistência aos carbapenemos na Europa, uma vez que existem poucas opções para o tratamento de doentes infetados com ERCs.” revelou Dominique Monnet, coordenador do programa de Resistência Antimicrobiana e Infeções Associadas ao Cuidados de Saúde do ECDC. Afirmou também, “Nos últimos anos, a percentagem de resistência aos carbapenemos na Klebsiella Pneumoniae – um tipo de enterobactéria – aumentou rapidamente para níveis elevados na Grécia, Itália e Roménia. O mesmo poderá acontecer noutros países europeus se não forem tomadas medidas adequadas. No entanto, na maioria dos países, a disseminação das ERC poderá provavelmente ser controlada pela implementação de medidas apropriadas de prevenção e controlo em hospitais e noutras unidades de cuidados de saúde.”

Dados de 2016 da Rede de Monitorização da Resistência Antimicrobiana Europeia (EARS-Net) mostram grandes diferenças nas percentagens nacionais de infeções sanguíneas causadas por Klebsiella Pneumoniae resistente aos carbapenemos. Apesar da prevalência ser ainda baixa na maior parte dos países europeus, a Roménia, a Itália e a Grécia, com 31%, 34% e 67% respetivamente, estão entre os países com maiores prevalências a nível mundial. Geralmente, se a probabilidade de resistência é elevada, o tratamento empírico não pode ser recomendado devido ao risco de falha na terapêutica. No caso das infeções com ERC, não há nenhuma alternativa terapêutica para tratamento empírico que não acarrete sérios riscos adversos ou outras complicações.

A investigação laboratorial bem como a comunicação apropriada em tempo útil são essenciais para evitar atrasos no tratamento adequado e na implementação das medidas de controlo da infeção adequadas. A adoção rigorosa das medidas de controlo e a da implementação de programas de gestão antimicrobiana são fulcrais para a prevenção e controlo do aparecimento e disseminação das ERC, de acordo com a avaliação de risco conduzida pelo ECDC.

Fonte: Orem dos Farmacêuticos/SO/MM

 

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