18 Jul, 2018

Ministério da Saúde defende introdução ponderada da robótica

O presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), Henrique Martins, defendeu a introdução da robótica “de forma ponderada” no setor e que é fundamental estudá-la para perceber que "há projetos mais prioritários do que outros”.

À margem de um workshop apresentado esta terça-feira, em Lisboa, pelos SPMS, sobre a introdução da robótica na saúde, Henrique Martins, em declarações à agência Lusa, explicou que “não se trata apenas de uma prioridade tecnológica”, é necessário perceber “qual é o valor que a solução robótica aporta numa determinada tarefa a ser feita no seio do Serviço Nacional de Saúde”.

Quando questionado se estas tecnologias poderão pôr em causa postos de trabalho, Henrique Martins explicou que, por exemplo, um braço robotizado poderia ajudar uma pessoa a levantar-se e fazê-lo “com muito mais conforto para o profissional de saúde, e até causando menos doenças profissionais”, ou seja, “no fundo, gerava mais saúde sem tirar emprego a ninguém”.

Para introduzir a robótica na saúde é necessário fazer investimentos, e o presidente da SPMS reconheceu que em alguns casos esse custo é “muito elevado” e que “pode haver outras prioridades”. “É necessário aguardar pelo momento certo para investir nessas tecnologias. Contudo, noutros casos, o investimento não é muito maior do que aquele que já fazemos em certos tipos de medicamentos ou opções terapêuticas”, reconheceu.

No workshop realizado foram apresentados vários projetos inovadores, um deles foi o “Gasparzinho”, um pequeno robot que vive e interage com as crianças do Instituto Português de Oncologia de Lisboa (IPO). Os técnicos têm estudado a relação do aparelho com as crianças e feito pequenas modificações que melhoraram as suas capacidades sociais.

Em declarações à agência Lusa, Pedro Lima, um dos responsáveis pela construção deste “robot social”, explicou que tem sido “muito bem aceite por todas as crianças autistas”, e que estas “chegam mesmo a preferir interagir com uma máquina do que com uma pessoa”.

“Estas máquinas em particular são especialmente apelativas, e o facto de o robot se mexer e falar faz com que as crianças se sintam ainda mais estimuladas a brincar com ele”, acrescentou.

Pedro Lima destacou que o projeto assume uma grande importância, porque ajuda a diminuir o “isolamento dos miúdos e estimula a interação em grupo”.

LUSA

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