CDS atribui “Óscar para Ficção Científica” ao ministro da Saúde e pergunta “Onde está o Wally”

Durante dois dias, o ministro da Saúde esteve "debaixo de fogo" por parte do CDS, que criticou o que diz serem as promessas não cumpridas, os constantes autoelogios e a falta de profissionais nos hospitais.

O CDS-PP atribuiu ao ministro da Saúde um “Óscar para a Ficção Científica a que está a votar o Serviço Nacional de Saúde”, lembrando várias promessas consecutivas e não cumpridas.

Durante um debate no parlamento sobre política de saúde, suscitado pelo Partido Ecologista Os Verdes (PEV), a deputada do CDS Isabel Galriça Neto ofereceu ao ministro Adalberto Campos Fernandes uma pequena estatueta a imitar um Óscar. A deputada centrista referiu não se tratar de um “Óscar para o melhor ministro do Governo”, mas antes um Óscar para o ministro que realizou várias promessas não cumpridas, como os anúncios do desbloqueio de verbas para a ala pediátrica do Hospital de São João.

“É um Óscar para a ficção científica a que está a votar o Serviço Nacional de Saúde (SNS)”, resumiu Isabel Galriça Neto, sublinhando que a realidade “é má” e que o discurso do Governo está em dissonância com o que sentem os utentes e os profissionais de saúde.

Antes mesmo da atribuição do “Óscar” e da oferta da estatueta, a deputada disse que o ministro da Saúde tem por hábito fazer autoelogios ao estilo do “espelho meu espelho meu” da história da Branca de Neve. Para o CDS, os portugueses estão “todos os dias a sentir o resultado da opção deliberada de não investir no SNS”, vendo nesta falta de investimento uma “austeridade escondida” que é imposta aos serviços públicos, em particular na Saúde.

“As promessas são e foram muitas, mas as Finanças impuseram um estrangulamento. São promessas e mais promessas, anúncios e mais anúncios, mas a dura realidade, aquela que o senhor ministro teima em negar, demonstra que as listas de espera para consultas e cirurgias não param de aumentar. Os profissionais estão exaustos e insatisfeitos e os problemas acumulam-se”, afirmou Isabel Galriça Neto.

Onde estão os profissionais contratados?

Já no dia anterior, a deputada do CDS se tinha dirigido ao ministro exigindo saber onde estão e quem são os profissionais de saúde que o Governo diz que tem contratado, comparando a realidade nos serviços de saúde com os livros “Onde está o Wally?”.

Durante uma audição do ministro no parlamento,  Isabel Galriça Neto insistiu várias vezes no tema das contratações de recursos humanos na saúde, vincando que o Ministério tem apresentado números diferentes consoante a situação. “O que temos vindo a assistir é a que, em alturas distintas ao longo do ano, são anunciados números diferentes. O que pergunto é onde estão e quem são esses profissionais”, declarou Isabel Galriça Neto.

O Wally continua por encontrar. [O ministro da Saúde] deixa-nos a alegoria de ‘Onde está o Wally?’”, ironizou a deputada, referindo-se aos livros de banda desenhada que desafiam os leitores a encontrar o boneco “Wally”.

Para o CDS, a realidade mostra que “não há profissionais em número suficiente, indicando que os próprios conselhos de administração dos hospitais “não sabem onde estão os profissionais” que o Governo tem referido como contratados. Segundo o ministério, em comparação com o início da legislatura há mais cerca de 8.000 profissionais no Serviço Nacional de Saúde (SNS), com o ministro a referir hoje que, até ao final do ano, o número chegará a cerca de 10 mil profissionais adicionais.

A deputada do CDS refere que nas várias visitas feitas aos hospitais, as administrações têm referido a falta de recursos humanos e a ausência de autorizações para realizar contratações. “Há uma dissonância entre o discurso e aquilo que a realidade revela”, conclui.

LUSA / Saúde Online

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