21 Mai, 2018

Morreu o pai do SNS. António Arnaut parte aos 82 anos

António Arnaut, fundador do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e cofundador do PS, morreu hoje em Coimbra, aos 82 anos.

António Arnaut, advogado, nasceu na Cumeeira, Penela, distrito de Coimbra, em 28 de janeiro de 1936, e estava internado nos hospitais da Universidade de Coimbra.

Presidente honorário do PS desde 2016, António Arnaut foi ministro dos Assuntos Sociais no II Governo Constitucional, Grão-Mestre do Grande Oriente Lusitano e foi agraciado com o grau de Grande-Oficial da Ordem da Liberdade e com a Grã-Cruz da Ordem da Liberdade.

Poeta e escritor, António Arnaut envolveu-se desde jovem na oposição ao Estado Novo e participou na comissão distrital de Coimbra da candidatura presidencial de Humberto Delgado.

A primeira reação conhecida partiu do secretário-geral do PS, António Costa, que decretou hoje luto partidário com a bandeira socialista a meia haste em todas as sedes de país.

Estas primeiras decisões de António Costa foram transmitidas à agência Lusa por fonte oficial do PS.

Carlos César, presidente do PS, recorda Arnaut: “não era apenas um socialista, era um socialista muito simbólico, representante do sentido humanista com que a política se desenvolve”, um socialista “empenhado, apaixonado naquilo que sempre constituiu a sua grande causa, a causa da saúde pública”.

“Com o desaparecimento de António Arnaut, fundador do PS, nosso presidente honorário, sobretudo nosso presidente afetivo, desaparece uma parte muito significativa da nossa memória do presente”, sendo que existe a “responsabilidade” de seguir uma trajetória “humanista” no PS, reforça César.

Manuel Alegre deixou uma mensagem à Lusa sobre António Arnaut, onde referiu que o país “deve-lhe o SNS”. “Estou muito abalado, era um dos meus maiores amigos de há muito tempo. António Arnaut é o socialista mais genuíno que conheci”, declarou o antigo conselheiro de Estado.

“A maior homenagem que se lhe pode fazer é cumprir o último apelo que António Arnaut fez: Salvar o SNS”, frisou.

Também em mensagem à agência Lusa, António Ferro Rodrigues,  presidente da Assembleia da República, afirmou que “é com profunda tristeza que tomo conhecimento do falecimento de António Arnaut, um homem que personificava, como poucos, o conceito de ética republicana”.

Ferro Rodrigues destacou que António Arnaut foi “até ao último dia um cidadão empenhado e um militante ativo da causa dos direitos sociais, porque sabia bem que sem igualdade de oportunidades a liberdade não tem condições para ser exercida”.

“A sua partida deixa-me já um imenso sentimento de saudade. E quero, em nome da Assembleia da República, transmitir publicamente à sua família e a todo o PS, as minhas mais sentidas condolências”, acrescentou.

Um país que ficou agora “mais pobre” sem Arnaut, assim considera José Martins Nunes, antigo secretário de Estado da Saúde, destacando que “faleceu uma das personalidades mais marcantes do Portugal democrático e uma das maiores reservas éticas e morais do país”

LUSA/SO

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