7 Mai, 2018

Investigadores vão avaliar níveis de iodo nas grávidas

Um grupo de investigadores liderado pelo Cintesis vai iniciar esta semana o recrutamento de mulheres grávidas para avaliar os seus níveis de iodo.

Liderado pela investigadora Elisa Keating, do Centro de Investigação em Tecnologias e Serviços de Saúde (Cintesis), o projeto IoMum-Norte vai convidar as mulheres grávidas acompanhadas no Centro Hospitalar de São João, no Porto, a cooperarem através da realização de análises à urina no início e no fim da gravidez.

Será ainda solicitada uma colheita de sangue através de picada no dedo no final da gestação.

Segundo Elisa Keating, “a participação é voluntária e não há qualquer risco para a saúde da mulher ou do bebé associado ao estudo. O objetivo final do projeto é contribuir para informar as entidades de saúde nacionais sobre o estado do iodo nas gestantes e assim monitorizar a eficácia de políticas de saúde pública e ajustá-las à realidade portuguesa”.

O iodo é um nutriente essencial para o ser humano, em especial durante a gestação e a infância, devido ao papel que desempenha na produção das hormonas da tiroide. A cientista sublinha, por isso, que “durante a gravidez, é fundamental uma ingestão adequada de iodo para garantir um correto desenvolvimento e maturação do bebé”.

Como o organismo não produz iodo, ele tem de ser obtido através de fontes externas, nomeadamente da alimentação. Entre as principais fontes alimentares de iodo estão, por exemplo, o marisco, a sardinha, o salmão, o leite e o iogurte.

Em agosto de 2013, a Direcção-Geral da Saúde (DGS) publicou uma orientação técnica na qual recomenda a suplementação de iodo às mulheres em preconceção, grávidas e em amamentação exclusiva.

De acordo com a orientação, aconselha-se a uma prescrição médica de iodeto de potássio, na dosagem de 150-200 µg/dia, e sublinha-se a importância para educação alimentar de forma a incluir na dieta da grávida fontes de iodo, dada importância deste nutriente no processo de desenvolvimento e maturação do sistema nervoso central do feto, ou seja, as crianças que não conseguem por isto atingir o seu potencial cognitivo por falta de iodo.

Antes do IoMum, o Cintesis esteve à frente de outro projeto sobre o iodo, o IoGeneration, cuja missão foi avaliar o estado do iodo em crianças em idade escolar, bem como consciencializar a população para a importância deste nutriente e contribuir para a promoção de medidas de saúde pública que reduzam as desigualdades nutricionais.

A equipa do IoMum integra profissionais de diferentes áreas, nomeadamente bioquímicos, nutricionistas, médicos e químicos. A equipa do Cintesis que participa no projeto IoMum agrupa investigadores da NOVA Medical School – Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa e da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP).

LUSA/SO

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