5 Abr, 2018

Governo quer criar centros académicos clínicos de referência em 12 anos

O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, quer que Portugal se compare aos melhores do mundo para que, no espaço de 12 anos, desenvolva centros académicos clínicos que sejam, pelo menos, de referência europeia.

Numa intervenção no final dos “Encontros com a Inovação em Saúde”, promovido no Porto pelo Health Cluster Portugal e este ano dedicado ao tema “Novas Agendas de Investigação e Inovação para a Saúde do Futuro”, o ministro defendeu que o país deve ousar estar sempre entre os melhores.

Sugerindo uma “constante comparação internacional com o que de melhor se faz na Europa e no mundo ao nível da investigação clínica”, Manuel Heitor afirmou que “apesar das diferenças nos temas nacionais de saúde” a comparação só pode ser “com os melhores”, para que “nos próximos 10 ou 12 anos” se possam “desenvolver em Portugal centros académicos clínicos que sejam, pelo menos, de referência europeia”. Para o ministro, entre os “muitos desafios” que o país enfrentará na próxima década está conseguir “perceber os desafios e as oportunidades inéditas associadas à atividade de investigação clínica, que, entre muitas outras coisas, só será feita ser for perfeitamente endogeneizada dentro das unidades de cuidados de saúde e dos hospitais”.

“A investigação clínica não se faz sem médicos e, por isso, para discutir as agendas de investigação clínica para o futuro temos de ter aqueles que diariamente dialogam e tratam os doentes”, disse o governante, defendendo a formação destes “com a capacidade de poderem perceber e dialogar com o novo conhecimento”. Manuel Heitor defendeu ainda que, quer sejam públicas ou privadas, Portugal não pode continuar a ter “unidades de cuidados de saúde, e em particular hospitais, com intensidades de investimento em investigação tão baixos”.

“Precisamos de centros académicos clínicos onde, a partir de recursos humanos, a partir de recursos financeiros a cultura institucional evolua para que possamos aspirar a ser uma referência na área da investigação clínica e médica”, acrescentou.

Como exemplo desse “esforço de investimento” citou a “estreita articulação com o Health Cluster Portugal” e a “colaboração com a Apifarma” para poder ser criada “uma agência de financiamento especializado para a investigação clínica em Portugal que junte fundos públicos, nomeadamente da Fundação para a Ciência e Tecnologia, e a Apifarma”.

“Espero que sejamos capazes de o fazer. Isso exige um esforço coletivo único de muitos dos que estão aqui para não ter apenas uma estrutura que financie e avalie, mas em que o esforço da investigação clínica possa depois ser transmitido para o Sistema Nacional de Saúde”, justificou.

LUSA/SO

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