4 Abr, 2018

Estudo revela que remoção da tiroide aumenta risco de fraturas ósseas

A remoção total ou parcial da tiroide pode estar associada a um maior risco de rarefação e ruturas ósseas a longo prazo, revela um estudo levado a cabo em Taiwan. Jovens e mulheres que se submeteram à cirurgia têm um risco ainda maior.

A cirurgia de tiroide, que remove a glândula total ou parcialmente, pode aumentar o risco a longo prazo de rarefação e rutura óssea a longo prazo, especialmente para pacientes mais jovens e mulheres, de acordo com um estudo feito em Taiwan.

Comparando um grupo de pessoas que viram ser-lhes retirada a tiroide – e que esteve durante mais de um ano depois da operação a tomar tiroxina – com um outro que não se submeteu a essa cirurgia, os investigadores constataram que no primeiro grupo o risco de desenvolvimento de osteoporose ou a propensão a fraturas foi 1,5 vezes maior.

“A incidência de cancro da tiroide tem aumentado progressivamente, resultando num aumento no número de operações de tiroidectomia”, disse à Reuters o médico Ian Ganly do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, em Nova Iorque, que não esteve envolvido no estudo.

Para este estudo, a equipa de investigadores, que juntou pessoas de quatro universidades de Taiwan, analisou dados no banco de dados do seguro nacional de saúde daquele país. Escolheram 1.400 pacientes que tiveram toda ou parte de sua tiroide removida entre 2000 e 2005 e 5.700 pessoas que não tiveram. Foram tidos em conta fatores com a idade, sexo e outras condições de saúde, como diabetes, hipertensão, obesidade, doenças cardíacas, doenças renais ou doenças pulmonares.

Eles descobriram que 120 pacientes no grupo das pessoas intervencionadas e 368 no grupo sem cirurgia desenvolveram osteoporose ou fraturas. No geral, o risco foi cerca de 1,5 vezes maior para os pacientes com tiroidectomia parcial e total. O risco também foi maior em pacientes mais jovens – entre 20 e 49 anos – e em mulheres que se foram operadas.

Segundo explica o cirurgião Ian Ganly, o principal motivo por detrás desta relação entre a retirada da tiroide e o aumento da fragilidade óssea é a supressão da produção da Hormona Estimulante da Tiroide. Contudo, o caminho para combater este fenómeno já está delineado. “Reduzir o grau de supressão, particularmente em pacientes com cancro de tiróide de baixo risco – que representam a maior parte de todos os pacientes com cancro de tiróide – parece ser a solução mais óbvia”, diz Ian Ganly.

A endocrinologista Maria Papaleontiou aponta, no entanto, uma grande limitação deste estudo. “Não se podem controlar variáveis ​​como o uso de esteroides, uso de álcool, presença de artrite reumatoide, hiperparatiroidismo primário e outros fatores que levam à diminuição da densidade óssea e osteoporose”, alerta a médica da Universidade do Michigan.

Maria Papaleontiou revelou à Reuters que na Universidade em que dá aulas já estão a decorrer vários estudos com o objetivo de perceber melhor as ligações que existem entre a remoção da tiroide e a osteoporose.

SAÚDE ONLINE

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